O presidente brasileiro
Em pronunciamento realizado no salão do Itamaraty, Lula destacou as relações entre os dois países e contexto da integração entre os países da América Latina.
“Esse não é apenas um encontro, completamos 200 anos de relações diplomáticas. As províncias unidas do Prata foram o primeiro estado a reconhecer a independência do Brasil. Bernardino Rivadavia celebrou a independência brasileira e credenciou um enviado oficial para tratar, pessoalmente, com Dom Pedro I. A construção desses laços foi uma tarefa de gerações”, afirmou ao citar os nomes dos presidentes José Sarney e Raúl Alfonsín, os primeiros presidentes civis de Brasil e Argentina, respectivamente, após os regimes militares de cada um dos países.
Lula citou, ainda, que Brasil e Argentina foram responsáveis pela criação do Mercosul como forma de unir os países da América do Sul.
“Reafirmamos hoje que a integração é política de Estado e nossa parceria deve ser cultivada no mais alto nível. Compartilhamos valores indispensáveis no mundo de hoje. Temos compromisso com a democracia e os direitos humanos, com a erradicação da fome e da pobreza e com o desenvolvimento sustentável. Somos parceiros de ordem multipolar. Defendemos o Atlântico Sul como zona de paz e cooperação sem disputas de natureza geopolítica”, afirmou.
Lula: moeda única para relações comerciais
Em seu discurso, Lula destacou, ainda, as relações comerciais entre os dois países. A Argentina é o terceiro principal destino de exportações do Brasil e
“Nossos investimentos são responsáveis por quase 100 mil empregos. Precisamos avançar nessa solução com maior integração financeira. Dentre as opções está a adoção de moeda única de referência - especifica para o comércio internacional - que não eliminará as respectivas moedas nacionais”, afirmou.
Por fim, Lula disse ainda que os dois países tem uma lista ambiciosa com 100 planos de ação para fortalecer o desenvolvimento. Ele citou, ainda, um estudo para disponibilizar uma linha de financiamento para empresários brasileiros que exportam produtos para a Argentina.
“Estou muito satisfeito com as perspectivas positivas de financiamento do BNDES para a exportação de produtos, para construção do gasoduto. Estamos trabalhando na criação de uma linha de financiamento abrangente de exportações brasileiras para a Argentina. Não faz sentido que o Brasil perca espaço no mercado argentino para outros países porque esses oferecem crédito e nós não. Todo mundo tem a ganhar: as empresas e trabalhadores brasileiros e os consumidores argentinos”, concluiu.