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Governo muda programa de crédito para carro popular e inclui ônibus, vans e caminhões; entenda

Programa de crédito para baratear preço de carro popular vai passar de R$ 500 milhões para R$ 1,5 bilhões, anuncia Haddad

Haddad anunciou mudanças no programa que prevê baratear os preços de carros populares no Brasil

Dez dias depois de anunciar um programa para garantir descontos no preço dos carros populares, o governo federal resolveu alterar as regras e ampliar o tamanho da linha de crédito para o programa. Agora, em vez dos R$ 500 milhões previstos para a indústria automobilística, serão R$ 1,5 bilhão - mas o governo federal também incluiu nessa conta subvenção para as montadoras de vans, ônibus e caminhões.

Os detalhes da repaginação do programa foram apresentados nesta segunda-feira (5), em uma entrevista coletiva do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) e do ministro da Indústria, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).

Haddad explicou que o governo receber “combinar e ampliar o crédito do programa”. Confira a divisão:

  • R$ 500 milhões para automóveis baratos e pouco poluentes

  • R$ 700 milhões para caminhões

  • R$ 300 milhões para vans e ônibus

Ao anunciar o novo teto do financiamento para R$ 1,5 bilhão, Haddad disse que esse é o máximo que será oferecido para o programa e, quando o crédito acabar, o incentivo do governo também se encerra.

“Como estamos falando de crédito tributário, se Deus quiser, se esgota rápido. Então, quando bater em R$ 1,5 bilhão, o programa está encerrado”, afirmou. De acordo com Haddad, esse formato do programa governamental vai estimular a competição entre as próprias montadoras.

“Isso vai estimular a concorrência entre as montadoras. Junto à subvenção dada, elas disputarão o mercado. Vão dar descontos do próprio orçamento privado. Isso vai estimular [a concorrência]”, explicou.

Incentivo fiscal

Conforme as regras do programa, o incentivo fiscal para as montadoras serve para carros, ônibus e caminhões de até R$ 120 mil.

De acordo com o anúncio de Haddad e Alckmin, os descontos podem variar entre R$ 2.000 e R$ 8.000 para carros populares e, no caso de caminhões e ônibus, os descontos podem variar de R$ 33,6 mil a R$ 99,4 mil no preço final.

“O desconto mínimo será de 1,6%, o desconto máximo será de 11,6%. O menor desconto será de R$ 2 mil e o maior desconto até R$ 8 mil”, detalhou Geraldo Alckmin.

O que define o valor da isenção tributária para as montadoras são os seguintes critérios:

  • Preço do veículo

  • Eficiência energética (ou seja, menor emissão de poluentes)

  • Densidade industrial no país (ou seja, se a produção de peças e outros componentes for feita no Brasil)

Renovação da frota

Ainda de acordo com Haddad, o programa também prevê tirar de circulação veículos com mais de 20 anos e, assim, estimular a renovação da frota.

“No caso de caminhão e ônibus, tem a vantagem para quem tem veículo de mais de 20 anos, que nem sempre encontra demanda para esse veículo. Você subvenciona o novo, aumenta a demanda pelo velho para retirá-lo de circulação. Essa é uma obrigatoriedade da subvenção, retirando o caminhão e ônibus com mais de 20 anos e diversos problemas, de poluição, tecnológica, e colocar um de última geração do ponto de vista ambiental, em circulação”, completou.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.