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CPMI, arcabouço fiscal e acordo sobre passagem em BH: confira 5 principais notícias da semana

Governo Lula anunciou redução de impostos para carros, mas viu Congresso tentar esvaziar Ministério do Meio Ambiente

Senadora Eliziane Gama, relatora da CPMI, ao lado do presidente da comissão, Arthur Maia Fonte: Agência Senado

A semana que se encerra neste sábado foi marcada por um misto de derrotas e vitórias do governo Lula no Congresso Nacional. Além disso, o Planalto deu o pontapé inicial no plano de tentar baratear os carros populares para expandir o acesso da população.

Em Belo Horizonte, a Prefeitura e a Câmara Municipal chegaram a um acordo para reduzir a tarifa de ônibus. Confira os cinco principais acontecimentos da semana:

1 - Início da CPMI de 8 de janeiro

Após uma longa articulação, teve início a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará os atos antidemocráticos de 8 de janeiro e a invasão aos prédios do Supremo Tribunal Federal (STF), do Palácio do Planalto e do Congresso Nacional.

O presidente da CPMI será Arthur Maia (União-BA), aliado do presidente da Câmara e líder do Centrão, Arthur Lira (PP-AL). A relatora será a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), que é próxima do ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB-MA).

Em seu primeiro pronunciamento, ela afirmou que o 8 de janeiro foi uma tentativa de golpe e não descartou convocar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para depor na comissão.

O senador Marcos do Val (Podemos-ES) criticou a indicação de Eliziane justamente pela amizade dela com Dino. Na avaliação do político capixaba, isso tiraria a imparcialidade da relatora na condução da investigação.

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2 - Aprovação do arcabouço fiscal

Após quase dois meses de tramitação, a Câmara dos Deputados aprovou em primeiro turno o novo arcabouço fiscal proposto pelo governo Lula. A nova regra de despesas seguiu para o Senado Federal. Se aprovada em dois turnos pelos senadores e mais uma vez pelos deputados, o arcabouço vai substituir o teto de gastos criado no governo Michel Temer (MDB).

Eram necessários 257 votos favoráveis, mas o projeto foi além ao receber o apoio de 372 parlamentares - 108 foram contrários. O placar indica que Lula poderá ter certa margem para aprovar projetos da área econômica. A PEC da reforma tributária, outra prioridade, precisa de 308 votos favoráveis.

Apesar da votação expressiva, o arcabouço fiscal sofreu mudanças na Câmara dos Deputados. A principal delas criou gatilhos, ou seja, obrigações de limitação de gastos, caso o governo não cumpra a meta fiscal.

3 - Esvaziamento do Ministério do Meio Ambiente e do Ministério de Povos Indígenas

Se saiu vitorioso no arcabouço fiscal, o governo Lula sofreu duas derrotas na comissão especial que analisou a medida provisória que reorganizou a estrutura dos ministérios.

Assinada pelo presidente assim que tomou posse, a MP criou 14 ministérios e precisa ser aprovada pela Câmara e pelo Senado até o dia 1º de junho. Caso contrário, a estrutura voltará a ser a do governo Bolsonaro.

A comissão especial retirou a Agência Nacional de Águas (ANA) e o Cadastro Ambiental Rural do Ministério do Meio Ambiente, comandado por Marina Silva (Rede-SP). Além disso, o Ministério dos Povos Indígenas, chefiado por Sonia Guajajara (PSOL-SP) perdeu sua principal função: a demarcação de terras indígenas, que foi transferida para o Ministério da Justiça.

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Inicialmente, integrantes do governo comemoraram a aprovação da MP na comissão mista pois temiam que o prazo não fosse cumprido. Após a repercussão negativa e queixas das duas ministras, o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT-BA) disse que o governo tentará reverter as mudanças durante as votações no plenário.

4 - Redução de impostos para automóveis

Em uma tentativa de aceno à classe média, o ministro da Indústria, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB-SP), anunciou que o governo reduzirá em até 10,96% os impostos federais para carros de até R$ 120 mil. O objetivo é tentar diminuir os preços dos automóveis e incentivar o consumo da população.

A medida será temporária e os detalhes serão anunciados em 15 dias pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP). Alckmin, no entanto, adiantou que o percentual exato de redução dependerá de três fatores: 1) a eficiência energética de cada modelo, ou seja, quanto menos emissões de carbono, maior o desconto; 2) a quantidade de empregos gerados no Brasil na cadeia de produção dos veículos e 3) a faixa de preço dos carros.

5 - Queda passagem em Belo Horizonte

Após semanas de impasse, a Prefeitura de Belo Horizonte e a Câmara Municipal chegaram a um acordo para aprovar subsídio de R$ 512 milhões para as empresas de ônibus e reduzir a passagem dos atuais R$ 6 para R$ 4,50.

Do total, a prefeitura vai arcar com R$ 390 milhões e os vereadores com R$ 120 milhões. As empresas terão que cumprir uma série de critérios, como realizar a manutenção dos veículos, manter o ar-condicionado ligado durante as viagens e cumprir o quadro de horários sem atrasos.

A projeção é que o subsídio seja aprovado definitivamente pelos vereadores até o dia 28 de junho e siga para sanção do prefeito Fuad Noman (PSD). Com isso, a passagem seria reduzida a partir de julho.