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Projeto prevê conteúdo contra racismo e homofobia em cursos de formação das forças de segurança

Proposta será votada pela Comissão de Segurança Pública do Senado nesta terça-feira (16)

PL foi proposto após morte de Beto Freitas, espancado por seguranças privados em um supermercado de Porto Alegre

Um projeto de lei que está na pauta da Comissão de Segurança Pública do Senado pretende reformar os currículos de formação de agentes das forças de segurança. O objetivo é que policiais, bombeiros, guardas municipais e vigilantes sejam cobrados em matérias relacionadas aos direitos humanos e combate ao racismo, homofobia, violência de gênero e outras formas de discriminação.

O Projeto de Lei 5245/2020, de autoria do senador Fabiano Contarato, está na pauta de votação do colegiado desta terça-feira (16) e pode avançar no Senado.

De acordo com a proposta, a formação vale para agentes de segurança pública e privada e deve prever conteúdos com “carga horária adequada” relacionados a diferentes formas de combate à descriminação. Hoje, os currículos preveem um curso de apenas 20 horas sobre direitos humanos às forças de segurança. Confira os itens previstos no texto:

  • Direitos Humanos, liberdades fundamentais e princípios democráticos;

  • combate ao racismo;

  • combate à violência de gênero;

  • combate ao preconceito por orientação sexual e identidade

  • de gênero;

  • combate à xenofobia;

  • combate ao preconceito e à intolerância religiosa;

  • combate ao preconceito contra pessoas com necessidades especiais;

  • demais formas de discriminação e preconceito.

O PL 5245 cita as Polícias Militares, Civis e Federal, bem como a Polícia Rodoviária Federal, guardas municipais e vigilantes.

Na justificativa do projeto enviada aos demais senadores, Contarato cita o caso envolvendo Beto Freitas, um homem negro de 40 anos de idade, que foi espancado até a morte por seguranças privados de um supermercado em Porto Alegre.

"É fundamental engajar agentes de segurança pública e privada na luta antirracista. Incluir conteúdos relacionados aos Direitos Humanos e ao combate a preconceitos nos processos de formação e aperfeiçoamento destes agentes tem o potencial de revolucionar as práticas e rotinas destes agentes contribuindo para fazer deles atores de transformação, e não mais de reprodução do racismo estrutural da sociedade brasileira”, afirma o parlamentar.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.