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Ministério Público do Rio de Janeiro abre investigação contra ministra Daniela Carneiro

Deputado Deltan Dallagnol pediu investigação sobre suposto uso de ‘gráficas fantasma’ na campanha de ministra do Turismo em 2022

Ministério Público abriu investigação contra ministra do Turismo, Daniela Carneiro

O Ministério Público do Rio de Janeiro abriu uma investigação criminal contra a ministra do Turismo, Daniela Carneiro (União Brasil), para apurar denúncia sobre o uso de R$ 1 milhão do fundo eleitoral em “gráficas fantasmas”.

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O processo foi aberto após pedido feito pelo deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos), que protocolou uma notícia-crime contra a ministra do Turismo.

Daniela Carneiro foi indicada para o Ministério do Turismo após negociação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com o União Brasil, em articulação para aumentar a base de apoio no Congresso Nacional.

A ministra é alvo de denúncias desde o início do governo Lula, quando vieram à tona ligações dela e de seu marido, o prefeito de Belford Roxo, Wagner Carneiro (União Brasil), com milicianos no Rio de Janeiro.

“Acionei as promotorias criminal, eleitoral e de patrimônio público do RJ contra a ministra do Turismo de Lula, Daniela Carneiro. Segundo divulgou a imprensa, a ministra teria usado R$ 1,09 milhão do fundo eleitoral em gráficas que não existem nos endereços cadastrados”, escreveu Dallagnol em suas redes sociais.

“Além das suspeitas sobre as gráficas serem fantasmas, a imprensa revelou que o dono das gráficas foi secretário em Belford Roxo, cidade em que o esposo da ministra é prefeito. A suspeita é que os valores possam ter sido desviados por meio de lavagem de dinheiro. Os fatos são graves e, se comprovados, podem configurar os crimes de apropriação indébita eleitoral, falsificação de prestação de contas eleitoral e lavagem de dinheiro, se também improbidade administrativa”, continuou o deputado.

‘Modus operandi de Dallagnol’

Em nota enviada à reportagem da Itatiaia, o Ministério do Turismo afirmou que as gráficas contratadas entregaram os materiais de campanha. A pasta ainda critica Dallagnol, dizendo que o deputado usa o “mesmo modus operandi” quando era promotor da Operação Lava Jato.

“O agora deputado federal Deltan Dallagnol parece ter importado o mesmo modus operandi questionável de sua atuação como promotor ao tentar atribuir culpa a inocentes com base apenas em hipóteses, uma vez que todas as contas de campanha foram aprovadas pelo TRE. A ministra acredita na Justiça e que os fatos serão esclarecidos com a maior brevidade possível”, diz a nota.

“Cabe informar que as gráficas contratadas entregaram todos os materiais de campanha demandados e os mesmos foram retirados nos parques gráficos indicados pelas empresas: Printing Midia, situada na Zona da Leopoldina, e Rubra Gráfica, que terceiriza parte de sua produção na empresa Lastro, em São Cristóvão. A divergência cadastral das gráficas junto à Receita não é de responsabilidade da ministra”, finaliza a nota do ministério.

Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.