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Câmara de BH aprova projeto que permite PBH encampar o serviço de transporte público na capital

Projeto aprovado em 1º turno permite que município assuma os bens das empresas de ônibus em caso de paralisação ou descumprimento do contrato

Câmara de BH aprova em 1º turno projeto que permite PBH encampar serviço de transporte público na capital

Os vereadores de Belo Horizonte aprovaram na tarde desta quinta-feira (2), em 1º turno, um projeto de lei que autoriza a prefeitura da capital mineira a “encampar” o serviço de transporte coletivo de passageiros por ônibus de Belo Horizonte.

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O projeto foi aprovado com o voto favorável de 39 votos e nenhum voto contrário. A proposta recebeu apoio de partidos com ideologias diferentes, como o PT e o Novo.

A partir de agora, o projeto voltará a ser analisado nas comissões da Casa antes de ser votado em 2º turno.

De acordo com o projeto “fica autorizado o Município de Belo Horizonte, na qualidade de Poder Concedente, a encampar, atendendo o interesse público, o serviço de transporte coletivo de passageiros por ônibus de Belo Horizonte, decorrente dos contratos celebrados com os Consórcios Dez, BH Leste, Dom Pedro II e Pampulha, assinados em 25.07.08”.

“Não se trata de um projeto de estatização de transporte público, mas uma saída de emergência. Sabemos o estado que a mobilidade da cidade se encontra por causa de um contrato que não funciona bem”, afirmou o vereador Braulio Lara (Novo).

O líder da prefeitura na Câmara, vereador Bruno Miranda (PDT), também apoiou o projeto.

“Estamos há alguns dias do caos. A palavra é caos. E por que? No governo Alexandre Kalil, que levou 6 anos, a questão da mobilidade foi tratada da pior maneira possível. Eu vi ele prometer durante a campanha que abriria a caixa preta, não fez e ainda represou um conjunto de problemas da cidade que estourou, sobretudo, ao final de 2021”, afirmou o vereador Gabriel Azevedo (sem partido), presidente da Câmara.

O parlamentar é um dos autores do projeto e defendeu que a medida será fundamental para impedir que as empresas de ônibus continuem prestando um serviço ruim na capital após o fim do prazo do subsídio que vem sendo pago desde o ano passado.

Subsídio para empresas

No ano passado, a Câmara aprovou um projeto que permitia o subsídio de R$ 237,5 milhões para as empresas de ônibus que operam o transporte coletivo na capital.

O projeto foi construído a partir de um acordo firmado entre representantes da prefeitura, da Câmara e das concessionárias de ônibus e prevê, além da concessão do subsídio, contrapartidas por parte das empresas, como o aumento no número de viagens e a retomada do serviço noturno.

“Em março termina o prazo do subsídio. E aí? Vai ter um cheque em branco desta casa? não mesmo. Há um projeto de lei 332 que garante que se os empresários de ônibus não quiserem cumprir com suas obrigações a partir do fim do subsídios, a prefeitura tem o direito de encampar ônibus, empresas e garagens para garantir o serviço da população. Esta Câmara levantou-se e não se coloca mais de joelho diante dos empresários de ônibus. Não mais”, disse Gabriel.

A reportagem da Itatiaia entrou em contato com a Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Setra-BH) para comentar o projeto aprovado e aguarda retorno.

Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.