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AGU pede afastamento de servidores federais envolvidos nos atos de 8 de janeiro

Em documento assinado em conjunto com Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, órgãos pedem investigação imediata

Servidores federais podem perder cargos se comprovada participação nos atos de 8 de janeiro

Servidores federais que tenham tido alguma participação nos atos violentos que resultaram na invasão e destruição de prédios públicos em Brasília no dia 8 de janeiro responderão a processos administrativos e podem ser exonerados.

Nesta segunda-feira (30), a Advocacia-Geral da União (AGU) e o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos encaminharam à Controladoria-Geral da União (CGU) um pedido para que os procedimentos contra os servidores sejam abertos de forma imediata.

A CGU já analisa o envolvimento de funcionários públicos nos atos golpistas que resultaram na destruição do Palácio do Planalto e dos prédios do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional, mas no documento, a AGU e o ministério ressaltam que é “inadmissível a participação de servidores públicos federais em atos de vandalismo e depredação de patrimônio público em manifestação violenta inconstitucional que prega a supressão do Estado democrático de direito”.

Os servidores golpistas poderão ser enquadrados em diversos artigos da Lei 8.112/90, que disciplina o regime dos servidores públicos civis da União, autarquias e fundações públicas federais.

Veja em que artigos eles poderão ser enquadrados:

  • Art. 116. II: violação do dever de lealdade para com as instituições

  • Art. 116. VI: violação de dever de zelo para com a conservação do patrimônio público

  • Art. 116. IX: violação do dever de manutenção de conduta compatível com a moralidade pública

  • Art. 163 do Código Penal: crime qualificado contra a administração pública

A AGU e o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos também pedem à CGU que os servidores identificados sejam afastados de seus cargos por conta de sua “evidente periculosidade” e que eles poderiam usar de suas funções para acessar sistemas e outros meios para “embaraçar as investigações”.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.