O ex-ministro da Justiça Anderson Torres ficará preso no 4º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal e deve prestar depoimento na próxima semana.
Ele foi preso pela Polícia Federal na manhã deste sábado (14) ao desembarcar em Brasília (estava em viagem aos Estados Unidos) e passou por audiência de custódia, quando o juiz ouve o preso sobre a prisão e verifica a legalidade da prisão.
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As expectativas se voltam agora para o depoimento que Torres dará para a PF no âmbito do inquérito que investiga os atos antidemocráticos do último domingo. Ele era o secretário de segurança pública do DF, portanto, o responsável pela segurança da capital federal no dia que as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas.
A prisão, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, ocorreu de forma discreta, sem a exposição da imagem do ex-ministro da Justiça. O atual ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), acompanhou todos os processos da prisão.
Em entrevista à GloboNews, Dino afirmou que o depoimento de Torres pode abrir novos caminhos para a investigação dos atos antidemocráticos. “Vai nessa direção, de tentar identificar essa rede que arquitetou, que iludiu, que construiu a perpetração de omissões e informações erradas, que não se confirmaram, exatamente para possibilitar o atentado terrorista. Caberá ao sr. Anderson se defener”, disse Flávio Dino.
O ministro diz que os atos foram planejados e que várias pessoas que praticaram vandalismo já foram detidas. O foco agora será investigar os financiadores dos atos e também sobre os incitadores, que fizeram vídeos para incitar crimes.
Explicações sobre minuta
Há uma expectativa que em seu depoimento, Torres possa falar também sobre a
O decreto pretendia rever o resultado da eleição, que deu vitória ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O texto contém sete artigos e decreta Estado de Defesa na sede do TSE. Este mecanismo, previsto no artigo 136 da Constituição Federal, nunca foi utilizado na história da República.
Ele prevê a possibilidade de “preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional”. No caso da minuta de Torres, o “local restrito” seria a sede do TSE. Com isso, ficariam restritos os direitos a reunião, sigilo de correspondência e de telefonia dos ministros da Corte Eleitoral, presidida pelo ministro Alexandre de Moraes.