A mastite é uma inflamação das glândulas mamárias que pode afetar principalmente gatas no período de amamentação, embora também possa ocorrer em fêmeas não gestantes.
A condição pode evoluir rapidamente e comprometer tanto a saúde da mãe quanto dos filhotes, o que exige atenção imediata dos tutores.
A infecção costuma ser causada por bactérias que penetram nas fissuras nos mamilos durante a amamentação.
Gatas com ninhadas numerosas, em ambiente insalubre ou que estejam debilitadas são mais suscetíveis.
A mastite pode começar de forma silenciosa, mas os sinais clínicos não demoram a surgir e devem ser levados a sério.
Reconheça os sinais e saiba o que fazer
O quadro de mastite pode variar de leve a grave. Inicialmente, a gata pode apresentar desconforto ao amamentar e alterações visíveis nas mamas, que ficam inchadas, avermelhadas e quentes.
O leite pode mudar de coloração, se tornar espesso ou até conter pus e sangue.
Outros sintomas incluem:
- Febre e apatia;
- Perda de apetite;
- Agressividade ao ser tocada nas mamas;
- Falta de cuidados com os filhotes;
- Rejeição da amamentação.
A médica-veterinária Sabrina Pizzutto, do Hospital Veterinário da Universidade de São Paulo (USP), alerta que “a mastite pode evoluir para um abscesso ou septicemia se não for tratada adequadamente”, segundo artigo publicado pela instituição.
Nesses casos, a infecção generalizada coloca em risco a vida da gata. E o tratamento deve sempre ser feito sob orientação veterinária. Em geral, envolve antibióticos, anti-inflamatórios e, em alguns casos, drenagem do local afetado.
“A administração de medicamentos sem prescrição pode mascarar os sintomas e piorar o quadro clínico”, adverte a cartilha da Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária (SBMV).
Prevenção e cuidados com a ninhada
Para evitar a mastite, o ambiente para a mãe e os filhotes deve ser limpo, seco e calmo. A limpeza periódica das mamas com soro fisiológico pode ajudar a prevenir o acúmulo de resíduos e reduzir o risco de infecção.
Também é importante observar se todos os filhotes estão mamando de forma equilibrada, para evitar o acúmulo de leite em uma ou mais glândulas.
De acordo com o Manual de Ginecologia Veterinária do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), “o manejo adequado da lactação é essencial para o bem-estar da fêmea e dos neonatos, prevenindo inflamações mamárias e garantindo nutrição adequada à ninhada”.
Se a gata estiver com mastite, é possível que os filhotes precisem ser alimentados artificialmente, com leite específico para gatos, até que a mãe esteja apta a amamentar novamente com segurança.
Embora seja comum em gatas lactantes, a mastite também pode ocorrer em fêmeas pseudocéstricas (com gravidez psicológica) ou mesmo em situações de desequilíbrios hormonais.
Por isso, a castração continua sendo uma das medidas mais eficazes de prevenção a longo prazo.
A observação cuidadosa da saúde da gata durante o pós-parto é fundamental para que ela e seus filhotes tenham um desenvolvimento saudável e livre de complicações.
Diante de qualquer sinal suspeito, a orientação é buscar atendimento veterinário imediato.