A calopsita é uma ave dócil e inteligente, cada vez mais comum nos lares brasileiros. Mas, apesar do ambiente doméstico, ela não está imune a parasitas como os piolhos, pequenos ectoparasitas que causam desconforto e problemas de saúde.
A infestação por piolhos em aves ornamentais pode ser sutil no início. Coceira constante, perda de penas, irritabilidade, machucados na pele e rejeição ao toque são sinais de alerta.
Em casos mais avançados, é possível notar os parasitas se movimentando entre as penas ou até observar caspas e ovos presos à plumagem.
Segundo o Manual de Manejo e Clínica de Psitacídeos da Universidade Federal do Paraná (UFPR), “piolhos e outros ectoparasitas são comuns em aves de cativeiro quando há falhas na higiene, contato com aves silvestres ou aquisição de animais infestados”.
As espécies de piolhos que mais atacam calopsitas são os mastigadores, que se alimentam da queratina das penas e da pele.
Esses parasitas não se alimentam de sangue, mas podem causar anemia por estresse e queda de imunidade.
Tratamento e prevenção
Depois de identificada a infestação, um médico-veterinário especializado em animais silvestres ou aves exóticas deve avaliar o caso.
O tutor nunca deve aplicar na calopsita inseticidas ou remédios de uso humano ou canino sem prescrição, pois produtos inadequados podem intoxicar a ave.
De acordo com nota técnica do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), “o uso indiscriminado de medicamentos em animais não convencionais pode provocar intoxicações graves e até óbito, especialmente em aves, que possuem metabolismo diferente de cães e gatos”.
Segundo o veterinário André Pinto, do Hospital Veterinário da USP, “manter o ambiente limpo e realizar consultas preventivas são formas eficazes de evitar infestações por parasitas externos”.
Além do tratamento, é importante adotar medidas ambientais para evitar reinfestações:
- Higienizar gaiolas, poleiros e brinquedos com frequência;
- Lavar com água quente os objetos de tecido ou forros usados na gaiola;
- Evitar contato da ave com pássaros silvestres;
- Manter a gaiola em local bem ventilado e com exposição solar indireta;
- Trocar o substrato da gaiola semanalmente.
- Ao adquirir uma nova ave, mantê-la em quarentena por pelo menos 30 dias antes do contato com outras.
Embora os piolhos de aves não infestem humanos, eles podem causar reações alérgicas em pessoas sensíveis, o que torna o controle ainda mais importante em ambientes domésticos.