O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) realizou um ato em Mariana, nesta terça-feira (5), em memória dos nove anos do rompimento da barragem de Fundão, que devastou o vilarejo de Bento Rodrigues e atingiu a bacia do Rio Doce. Com o lema “Lutar e organizar para os direitos conquistar”, a manifestação cobrou justiça e reparação integral para os afetados pela tragédia.
A programação incluiu um ato simbólico em Bento Rodrigues, onde os vestígios da destruição permanecem. Paralelamente, uma plenária na Arena Mariana debateu o novo acordo de reparação, recentemente firmado entre governos, mineradoras e instituições de Justiça, que prevê o pagamento de R$ 170 bilhões em 20 anos pelas empresas Vale, Samarco e BHP. O acordo abrange a remoção de rejeitos, o reassentamento das comunidades, a recuperação ambiental e o pagamento de indenizações.
O MAB e a Associação Nacional dos Atingidos por Barragens (ANAB) apresentaram uma petição ao Supremo Tribunal Federal (STF) questionando o acordo, alegando que mais de 1,5 milhão de pessoas impactadas não participaram da negociação, o que contraria a Política Nacional de Atingidos por Barragens (PNAB).
A tragédia de 2015 despejou cerca de 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração na bacia do Rio Doce, afetando 49 municípios, destruindo os distritos de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo, e causando 18 mortes. Atualmente, cerca de 620 mil pessoas, incluindo comunidades indígenas e empresas, movem uma ação na Justiça de Londres contra a BHP Billiton, pedindo R$ 266 bilhões em indenizações, devido à atuação da empresa no desastre.