Obras de descomissionamento da barragem Doutor, no distrito de Antônio Pereira, em Ouro Preto, à região Central de Minas Gerais, têm gerado transtornos à rotina de moradores no entorno. O principal prejuízo refere-se às “tempestades de poeira” que atingem residências e provocam problemas respiratórios, como esclarece a moradora Carla Daiane.
"É impossível não desenvolver algum tipo de alergia respiratória por conta do excesso de poeira. É uma tempestade de poeira que invade nossas casas. O que mais nos preocupa são os moradores mais vulneráveis. As crianças que têm bronquite, sinusite, os adultos e os idosos. Nem sempre temos recursos para correr atrás de médicos aqui no distrito”, afirma.
As reclamações ganham coro na fala de Ivone Pereira, que também reside no distrito ouro-pretano. Segundo ela, além dos danos à saúde física, a poeira proveniente da barragem de rejeitos de minério interfere na realização de serviços domésticos e impossibilita que as residências permaneçam limpas.
“Tem pessoas idosas, pessoas com alergias, pessoas que usam bombinhas aqui, e as casas não param limpas. As roupas estão cheias de poeira mesmo quando tiramos do varal, cheias de minério. Nós não estamos aguentando mais de tanta poeira. Eu não entendo o que a Vale quer fazer conosco aqui de Antônio Pereira”, disparou.
Indagada pela reportagem da Rádio Itatiaia, a mineradora Vale declarou por meio de nota que lamenta o ocorrido e defendeu que a poeira foi levantada por uma forte ventania que atingiu a região recentemente.
A empresa também alegou que está preocupada em reduzir impactos com medidas no curto e no médio prazo; ainda segundo a Vale, ações preventivas serão intensificadas durante o período de seca. As obras de descomissionamento na barragem Doutor completam um ano neste mês de agosto.
Com informações de Marcelo Sales.