Considerado um dos maiores e mais importantes do estado, o Hospital Risoleta Neves, em Belo Horizonte, já está há três dias sem receber pacientes com Covid-19 no CTI.
O médico intensivista Marco Aurélio Reis, coordenador do CTI do hospital de Venda Nova, enxerga esta informação como positiva, mas vê a situação com cautela.
“Estamos há mais de 48 horas, desde terça-feira, sem nenhum paciente requerer cuidados críticos, cuidados de CTI no Risoleta. Essa tendência também ocorreu nas enfermarias do hospital. No auge da pandemia, chegamos a ter mais de 70 leitos de enfermaria destinados à covid e totalmente ocupados. Podemos dizer que, no mês de setembro, essa média tem ficado em torno de 40%. No momento, ela é inferior aos 10%".
O médico continua explicando: “Essa tendência de queda, de redução da demanda por leitos de UTI Covid está acontecendo na cidade e no estado como um todo. No auge da pandemia, a taxa de ocupação era próxima a 100%. Atualmente, está em torno de 50%. Sem dúvida, é uma notícia boa. Fica claro a importância da vacinação, porque isso não foi alcançado à toa, mas estamos longe da meta ideal”, ressaltou.
Em relação às quedas das taxas de ocupação de leitos CTI Covid na unidade hospitalar, Marco Aurélio explica que os números caíram de forma gradual.
“Tem tido uma queda progressiva. Podemos dizer que ao longo do mês de setembro, até o presente momento, tivemos uma média de ocupação de CTI Covid em torno de 30%, acompanhando o programa de vacinação e lembrando que BH, hoje, tem em torno de 78% da população vacinada com pelo menos uma dose e algo em torno de 45% com o esquema vacinal completo. Isso, sem dúvida, trouxe impacto”, apontou.
Caso o hospital continue sem receber pacientes contaminados pelo vírus nos próximos dias, o médico disse que o Hospital Risoleta Neves pensa em transformar os leitos para o atendimento a pacientes com o vírus para doenças consideradas habituais.
“A se manter essa tendência de estabilidade na queda, claro que é de total interesse do hospital, em termos de saúde pública, a conversão desses leitos de terapia intensiva destinados à covid para o atendimento das doenças habituais, da demanda normal de patologias não relacionadas ao coronavírus”, concluiu.