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Sua profissão vai mudar: estudo mostra novas tendências para o trabalhador da indústria

O estudo “Prospectiva Industrial: Formação Profissional” feito pelo Observatório Nacional da Indústria (ONI) , analisa as novas demandas de empregabilidade para o setor industrial de 2026 a 2035

Tecnologias vão mudar a forma como a indústria funciona

O Brasil vai precisar de uma nova leva de profissionais para não ficar para trás na corrida da tecnologia. É o que mostra um estudo completo feito em 2025 pelo Observatório Nacional da Indústria (ONI).

O relatório, chamado “Prospectiva Industrial: Formação Profissional”, faz uma projeção do futuro da indústria brasileira até 2035 e aponta que a chegada de novas tecnologias vai criar empregos que a gente nem imagina que possam existir hoje, mas que já começaram a mostrar a cara.

Segundo o estudo, a indústria está passando por uma grande transformação, com a chegada de tecnologias como Inteligência Artificial (IA), internet das coisas industrial (IIoT), gêmeos digitais e robôs colaborativos. O ONI destaca que essa mudança exige um novo tipo de trabalhador, que não só opera a máquina, mas entende os sistemas, analisa dados e resolve problemas complexos.

As projeções foram estruturadas com base no “Modelo de Prospectiva Industrial”, que combina análise e estimativas de como as tecnologias e as novas formas de organização vão se espalhar nas empresas e o impacto que elas terão na vida dos trabalhadores.

Quais são as novas tecnologias?

O estudo aponta várias tecnologias que vão mudar a forma como a indústria funciona. Para você entender melhor, separamos as principais:

  • Inteligência Artificial (IA): Análises que ajudam a prever problemas em máquinas, otimizar processos e tomar decisões automáticas.
  • Internet Industrial das Coisas (IIoT): É a conexão de máquinas, sensores e sistemas que permite monitorar tudo em tempo real na fábrica.
  • Gêmeos Digitais: Cópias virtuais de máquinas ou sistemas físicos que permitem fazer testes e simulações, reduzindo erros e custos.
  • Manufatura Aditiva (Impressão 3D): Criação de objetos camada por camada a partir de desenhos digitais, ideal para fazer peças sob medida ou protótipos.
  • Robôs Colaborativos (Cobots): Robôs feitos para trabalhar junto com o ser humano, melhorando a segurança e a eficiência.

Novos cargos e o que você precisa aprender para não ficar parado

Com a chegada dessas tecnologias, o mercado de trabalho vai exigir novas profissões. O estudo mostra a demanda por profissionais de nível técnico e superior até 2035.

  • Técnico em Manutenção Preditiva: Profissional que usa sensores e sistemas para prever quando uma máquina vai falhar e age antes que ela pare de vez. A demanda por esse profissional deve crescer de 15% para 40% das empresas nos próximos 10 anos.
  • Técnico em Cibersegurança Industrial: Especialista em proteger as redes das fábricas contra ataques de hackers. A demanda pode saltar de 25% para 60% em 10 anos, principalmente em setores de alto risco como energia e química.
  • Técnico em Microrredes e Energias Renováveis: Profissional que instala e cuida de sistemas de energia solar e eólica nas indústrias. A demanda deve subir de 30% para 50% das empresas até 2035.
  • Especialista em Gêmeos Digitais: Cria cópias virtuais de equipamentos para testar melhorias e planejar a manutenção. A demanda por esse cargo pode chegar a 40% das empresas em 10 anos.

Para se dar bem nessa nova fase da indústria, o estudo do ONI destaca a importância de algumas habilidades. As mais importantes são:

  • Fluência digital: Saber usar computadores, plataformas e dados para trabalhar.
  • Aprendizagem ativa: Estar sempre disposto a aprender e se atualizar, sem esperar um curso formal.
  • Análise de dados: Conseguir transformar informações de sensores e máquinas em algo útil para o dia a dia da produção.
  • Pensamento crítico: Usar a lógica para questionar e avaliar se as soluções propostas pelas máquinas são realmente as melhores para o negócio.
  • Comunicação: Saber se comunicar com clareza em equipes que reúnem diferentes profissionais, como o pessoal de TI e os operadores de fábrica.

O estudo deixa claro que as empresas precisam começar a se preparar, oferecendo cursos e treinamentos. O governo e as escolas técnicas também têm um papel fundamental, criando cursos e laboratórios que ensinem essas novas competências, para que os trabalhadores possam se adaptar e o Brasil não perca o bonde da nova revolução industrial.

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Amanda Alves é graduada, especialista e mestre em artes visuais pela UEMG e atua como consultora na área. Atualmente, cursa Jornalismo e escreve sobre Cultura e Indústria no portal da Itatiaia. Apaixonada por cultura pop, fotografia e cinema, Amanda é mãe do Joaquim.