Governo de Minas aponta evolução em segurança e leis mais duras após rompimentos de Mariana e Brumadinho

Especialista afirma que desafio do setor mineral é comunicar-se melhor e apresentar evoluções para sociedade

A imagem mostra a conclusão da descaracterização da barragem Área IX, em Ouro Preto (MG). A Vale já concluiu a eliminação de 17 das 30 barragens a montante.

O Governo de Minas afirma que houve uma evolução na segurança e um endurecimento das leis após os rompimentos das barragens em Mariana e Brumadinho. Entre as legislações, há a lei sancionada em 2019, conhecida como “Mar de Lama Nunca Mais”. Neste mesmo ano, também entrou em vigor a Política Estadual de Segurança de Barragens, que definiu que o Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema) seria responsável por fiscalizar barragens de rejeitos, resíduos industriais e de água.

Desde então, as barragens estão sendo fiscalizadas anualmente. Em 2024, os técnicos do governo mineiro realizaram duas edições de fiscalização, em abril e outubro. Neste ano, a operação que está na nona edição já teve início e conta com a participação de vários órgãos e entidades de controle como Secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), Defesa Civil, Polícia Militar de Meio Ambiente, Corpo de Bombeiros, Ministério Público, entre outros. Essas fiscalizações se somam às feitas pela Agência Nacional de Mineração, ligada ao Governo Federal.

Um dos principais nomes no processo de fiscalização, Roberto Gomes, Diretor de Gestão de Barragens e Recuperação de Áreas de Mineração e Indústria da FEAM, afirma que ocorreu um aumento no rigor das cobranças por parte do poder público após as tragédias em Minas Gerais.

“Desde 2019, eu acompanho esse tema, quando depois do rompimento (da barragem), eu assumi essa temática de gestão de barragens. Então, eu tenho um panorama bastante claro dessa evolução e afirmo isso com bastante clareza, a gente evoluiu muito, tanto em transparência quanto em qualidade técnica, os números mostram isso. Temos uma série de estruturas sendo descaracterizadas, independente de método, a gente tem redução na criticidade dos níveis de emergência. Tivemos barragens que desceram de nível três para nível dois, uma série que estavam de nível um, deixaram de ter o acionamento da PAE de emergência. Especificamente sobre a descaracterização das barragens de montante, antes de chegar nas discussões de números, é preciso esclarecermos o seguinte: a descaracterização de barragens é um processo muito complexo. Depois dos episódios que a gente teve no estado de Minas Gerais, o nosso principal objetivo é evitar, durante esse processo de descaracterização, que qualquer coisa saia do controle e gere os danos, então, o nosso principal objetivo naquele momento era segurança”, afirma Roberto Gomes.

Diretor de gestão de Barragens e Recuperação de Áreas de Mineração e Indústria da FEAM, Roberto Gomes

A lei “Mar de Lama Nunca Mais”, de 2019, deu um prazo de três anos para descaracterização de todas as barragens a montante, em Minas Gerais. Após este processo, as mineradoras, o governo de Minas, o Ministério e outros órgãos de controle prorrogaram o prazo, que passou a ser analisado caso a caso com data limite para o ano de 2035. Gomes afirma que esta foi uma decisão técnica focada em segurança e não tem relação com questões políticas.

Comunicando o setor

Com 40 anos de experiência no setor de mineração, o sócio diretor da FZ Consultoria e Projetos, Paulo Franca, afirma que agora o desafio é apresentar para sociedade tudo que mudou e o que está sendo feito pelo setor.

Sócio diretor da FZ Consultoria e Projetos, Paulo Franca

“Nós não temos nenhuma diferença no Brasil com o que é praticado fora do país. Temos o mesmo nível de tecnologia e de engenharia. O que a gente talvez não saiba é se comunicar muito bem. O Ibram tem feito um esforço muito importante em melhorar a comunicação sobre os processos de mineração. Então, acho que talvez o maior desafio seja esse. O mundo depende de mineração e nós temos uma série de possibilidades. Temos no Brasil os chamados materiais críticos ou estratégicos, terras raras, lítio, etc., e isso vai ser fundamental para o desenvolvimento do mundo como um todo. Então, temos que comunicar melhor o que fazemos e ser mais transparentes nas nossas ações no setor de mineração”, relata Paulo Franca.

Saiba a situação atual das barragens em Minas Gerais:

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Repórter de política na Rádio Itatiaia. Começou no rádio comunitário aos 14 anos. Graduou-se em jornalismo pela PUC Minas. No rádio, teve passagens pela Alvorada FM, BandNews FM e CBN, no Grupo Globo. No Grupo Bandeirantes, ocupou vários cargos até chegar às funções de âncora e coordenador de redação na BandNews FM BH. Na televisão, participava diariamente da TV Band Minas e do BandNews TV. Vencedor de 8 prêmios de jornalismo. Já foi eleito pelo Portal dos Jornalistas um dos 50 profissionais mais premiados do Brasil.
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