O Agronegócio mineiro será tema do Itatiaia Eloos durante fevereiro e março de 2026. Com liderança na produção do café, do leite, da celulose e da batata inglesa, o setor é o terceiro maior do País. Mais da metade do café produzido no Brasil sai de Minas Gerais. No ano de 2024, o setor ganhou ainda mais destaque dentro do estado, superando o segmento da mineração nas exportações.
O presidente da Federação da Agricultura de Minas Gerais (FAEMG), Antônio de Salvo, ressalta que melhorias no setor de energia e na logística do País podem alavancar o agro e aponta o Itatiaia Eloos como uma boa oportunidade para tratar dessas questões.
Antônio de Salvo, presidente da FAEMG
“A plataforma que uma rádio como a Itatiaia possui é fundamental para divulgar setores destaques para Minas Gerais, como mineração, indústria e agricultura. O crescimento econômico, tanto mineiro quanto nacional, é dificultado por duas coisas: a questão energética e de logística. O agronegócio continua crescendo e demanda cada vez mais energia. Estamos aumentando o uso da irrigação e avançando na produção de leite. Melhorias no Compost Barn, um modelo de instalação coberto para as vacas, que precisa de ventilação e de picadores para misturar a ração, ampliam essa necessidade energética.
Precisamos continuar melhorando a nossa malha rodoviária. Temos a maior malha rodoviária do Brasil, com quase 30 mil quilômetros, sendo 24 mil asfaltados e seis mil ainda de terra, em rodovias estaduais. Melhorar essa malha é essencial para melhor desempenho da logística e para que os produtos cheguem nas cidades com menor custo. Por exemplo, um caminhão que sai de Governador Valadares em direção a Belo Horizonte, pela BR-381, deveria levar cerca de cinco a seis horas, mas, devido às condições da via, o trajeto pode se estender de 10 a 12 horas. E isso tem um custo, o valor para a comida chegar no Ceasa e ser distribuída para os nossos mercados fica mais caro. Então essa logística afeta o custo do alimento, que é o famoso custo Brasil”, conta Salvo.
Agronegócio mineiro e a preservação da natureza
Sobre as discussões em torno do licenciamento ambiental, Antônio de Salvo garante que o agronegócio mineiro produz preservando a natureza.
“Esse tipo de discussão deve ser feito com mais constância. O projeto Itatiaia Eloos, vai ser uma plataforma sensacional em que a gente vai poder discutir alguns assuntos que muitas vezes são questão de dúvida do ouvinte. O produtor rural preserva e produz, produz alimento barato, com segurança alimentar e alimentos seguros. Se nós não tivéssemos esses alimentos todos, não teríamos a saúde que a gente tem aqui em Minas e no Brasil”, afirma.
Cidades é o próximo tema do Itatiaia Eloos
Após o encerramento das discussões sobre o agronegócio, o foco de debate do Itatiaia Eloos será ‘cidades’, em abril e maio. Com 853 municípios, Minas Gerais é o estado com maior número de cidades do país, mais de 500 são considerados pequenos, com até 10 mil habitantes.
O presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM), prefeito de Patos de Minas, Luiz Eduardo Falcão, afirma que o Itatiaia Eloos será um espaço importante para tratar da melhoria da gestão das cidades e a redução da burocracia, com destaque para a inovação. Falcão aponta avanços no atendimento das demandas da população e ainda destaca a importância de discutir a melhor divisão dos recursos públicos, já que apenas 10% dos impostos recolhidos no país tem como destino os municípios.
“A segurança pública é o problema que mais incomoda o brasileiro, além do desafio histórico da saúde. Se você fizer uma pesquisa em qualquer município, ainda que a saúde esteja excelente, vai ser a maior preocupação das pessoas. Não sabemos o dia de amanhã, então não dá para prever qual tipo de problema de saúde uma pessoa terá e se realmente vai ser bem atendida, se vai ser rápido ou não. Segurança e saúde são os dois principais desafios dos municípios, ao lado da educação. Mesmo não sendo a preocupação imediata das pessoas, deveria ser um foco para o médio e longo prazo. Mas nunca chegaremos no médio e longo prazo se não investimos no curto prazo.
Minas Gerais avançou na alfabetização, alcançando índices celebrados e apresentando muitos municípios com bons resultados. Somente com investimentos contínuos em educação formaremos uma geração mais crítica, capaz de participar ativamente da política, atuando de maneira correta e cobrando os governantes como deve ser. Eu vejo isso como uma questão cultural no nosso país. O Brasil é um país que tem ainda muitos desafios”, afirma Falcão.








