O presidente da Ucrânia,
Essa é a terceira visita de Zelensky a Washington desde o retorno de Trump ao poder. O reencontro acontece após uma discussão tensa exibida publicamente em fevereiro e uma reconciliação em agosto.
O republicano ainda não definiu sua posição sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia.
A reviravolta mais recente ocorreu na véspera da visita de Zelensky. Depois de uma conversa telefônica com Putin, Trump anunciou que se reunirá com o presidente russo em Budapeste, em uma nova tentativa de
Zelensky esperava que a viagem ajudasse a aumentar a pressão sobre Putin, especialmente com a possível aquisição dos mísseis de cruzeiro Tomahawk, fabricados nos Estados Unidos e capazes de atingir alvos a longa distância dentro da Rússia.
O presidente ucraniano afirmou ter se reunido com representantes das empresas que produzem os Tomahawk e os sistemas de mísseis terra-ar Patriot.
“Falamos sobre possíveis formas de cooperação para fortalecer a defesa antiaérea da Ucrânia e suas capacidades de longo alcance”, disse Zelensky.
Trump, que já declarou ser capaz de “acabar com a guerra na Ucrânia em 24 horas”, parece determinado a buscar um novo avanço após o acordo de cessar-fogo em Gaza negociado por ele na semana passada.
Nessa quinta-feira (16), Trump afirmou ter tido uma conversa “muito produtiva” com Putin e confirmou que os dois se reunirão na capital húngara dentro de duas semanas. Ele disse ainda esperar manter reuniões “separadas, mas iguais” com os líderes russo e ucraniano, sem revelar detalhes.
Ao desembarcar em Washington, Zelensky declarou esperar que o sucesso de Trump no acordo entre Israel e o Hamas sirva de impulso para encerrar a guerra em seu país. Segundo ele, a simples ameaça de fornecimento dos Tomahawk já teria levado Putin a negociar.
“Podemos ver que Moscou se apressa a retomar o diálogo assim que toma conhecimento dos mísseis Tomahawk”, afirmou o ucraniano.
Negociação de mísseis
Trump não garantiu que a Ucrânia conseguirá os mísseis, que têm alcance de 1.600 quilômetros, e alertou que os Estados Unidos não podem “esgotar suas próprias reservas”.
O presidente americano contou que Putin “não gostou” quando ele mencionou, durante a ligação, a possibilidade de enviar os Tomahawk a Kiev.
O Kremlin informou na quinta-feira que já prepara a reunião de cúpula em Budapeste e descreveu a ligação entre os dois líderes como “extremamente franca e de confiança”.
De acordo com o conselheiro russo Yuri Ushakov, Putin disse a Trump que o envio de mísseis à Ucrânia prejudicaria “as perspectivas de uma resolução pacífica” do conflito.
Relações entre Trump, Putin e Zelensky
As relações de Trump com Putin, por quem o americano já expressou admiração, e com Zelensky têm oscilado desde seu retorno à Casa Branca.
Após uma aproximação inicial, Trump demonstrou crescente frustração com o líder russo, especialmente depois da reunião no Alasca, em agosto, que terminou sem avanços concretos para o fim da guerra.
Zelensky, por sua vez, reconquistou espaço com Trump após um encontro desastroso no Salão Oval, quando foi repreendido diante das câmeras pelo presidente e pelo vice, JD Vance.
Em agosto, o ucraniano retornou à Casa Branca de terno, após ter sido alvo de ironias por seu traje militar na primeira reunião, e foi acompanhado por líderes ocidentais em sinal de solidariedade.
*Com agências
(Sob supervisão de Alex Araújo)