Em discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, alertou para o
"É só uma questão de tempo antes de drones estarem lutando contra drones de forma autônoma, sem humanos envolvidos”, afirmou Zelensky, lembrando que a Ucrânia precisou construir drones para enfrentar ataques.
Em entrevista à Itatiaia, o professor de Gestão, Negócios e Relações Internacionais da Una, Fernando Sette Júnior, explicou que já existem drones com funções semi autônomas, capazes de voar, identificar alvos e atacar com mínima intervenção humana. “O risco de sistemas atuarem de forma independente é real e está no centro dos debates sobre armas autônomas letais”, explicou o especialista.
Segundo Fernando Sette Júnior, a expansão do uso de drones significa a expansão do poder militar aéreo. Por um lado, barateia a ofensiva, mas torna a defesa mais cara – o que exige investimentos pesados em sistemas anti drone. “Com drones mais acessíveis, países menores e até grupos paramilitares conseguem realizar ataques de baixo custo”, explicou o professor de Gestão, Negócios e Relações Internacionais.
O especialista ressaltou ainda que, atualmente, países como Estados Unidos, China, Israel e Turquia dominam o mercado de drones em produção e exportação, com equipamentos sofisticados. Já a Rússia usa drones de fabricação própria e iraniana (como os Shahed), enquanto o Irã tornou-se um dos maiores fornecedores de drones de guerra.
Apesar de criticar o uso de drones, Zelensky ressaltou a necessidade de armas para manter a paz. “O século XXI é diferente do passado. Se uma nação quer paz, ela ainda precisa ter armas. É doentio, mas é a realidade. Não é a lei internacional nem a cooperação que decide quem sobrevive”, disse.
O professor de Gestão, Negócios e Relações Internacionais explicou a estratégia por trás da retorica de Zelensky.
“Ele defende a lógica da dissuasão: sem capacidade de defesa, não há garantia de soberania nem de paz. Em outras palavras, “armas trazem paz” porque tornam a agressão mais custosa. A mensagem foi dirigida à comunidade internacional para justificar a continuidade do apoio militar à Ucrânia”, afirmou Fernando Sette Júnior.
(Sob supervisão de Edu Oliveira)