Trump diz que vai cancelar ordens assinadas com ‘caneta automática’ por Biden

Dispositivo é usado para replicar a assinatura de uma pessoa com precisão; autoridades recorrem a ele quando há grande volume de documentos ou cerimônias

Em setembro, o Trump inaugurou um ‘hall da fama’ presidencial na Casa Branca, mas, no lugar da foto de Biden, colocou a foto da assinatura do democrata e uma caneta automática

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira (28) que vai cancelar todos os documentos assinados pelo ex-presidente Joe Biden com a chamada “caneta automática”. O dispositivo é usado para replicar a assinatura de uma pessoa com precisão e é uma alternativa quando há grande volume de documentos para assinar ou em cerimônias.

Trump alegou que todos os documentos assinados com a caneta automática foram assinados sem o envolvimento de Joe Biden. O mandatário ainda afirmou que, se o ex-presidente negar a afirmação de Trump, será “processado por perjúrio”. De acordo com o presidente dos EUA, cerca de 92% dos documentos públicos eram assinados por Biden com a caneta automática.

Desde o início do mandato, Donald Trump tem criticado Joe Biden e o suposto uso da caneta automática. Em junho, ele pediu a revisão de todos os documentos assinados pelo democrata com o dispositivo e ordenou uma investigação sobre se “determinadas pessoas conspiraram para enganar o público sobre o estado mental de Biden e exercer, de forma inconstitucional, os poderes e responsabilidades da Presidência”.

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Já em setembro, o republicano inaugurou um “hall da fama” presidencial na Casa Branca, mas, no lugar da foto de Biden, colocou a foto do democrata acompanhada de uma caneta automática. Em condição de anonimato, uma autoridade da Casa Branca disse que o “retrato alternativo” de Biden foi ideia de Trump.

Biden falou sobre uso autorizado das canetas automáticas

Nos momentos finais do governo, Biden emitiu perdões para cinco membros da família e para funcionários do governo que poderiam virar alvos de processos pela gestão Trump.

Ele também reduziu as sentenças de quatro mil condenados por crimes não violentos.

De acordo com o democrata, ele ordenou os perdões concedidos pelo seu governo, em uma defesa das acusações feitas por Trump e aliados de que ele não teria participado das decisões. Os republicanos alegam que ele não estava em condições de tomar decisões, em razão de um declínio cognitivo que começou a se apresentar durante a campanha eleitoral.

Ao jornal norte-americano The New York Times, Biden reafirmou ter participado ativamente das decisões. “Eu sei o quão vingativo Trump é. Todo mundo sabe. Então, sabíamos que fariam exatamente o que estão fazendo agora (risos). Minha família não fez nada de errado. (...) Eu simplesmente sei como ele age, então eu tomei conscientemente todas aquelas decisões [perdões presidenciais], entre outras”, disse o democrata.

De acordo com o ex-presidente dos EUA, a caneta automática foi utilizada para replicar a assinatura dele em razão do volume de perdões concedidos. Ele explicou que os assessores fizeram o uso do aparelho após ele ter dado ordem verbal para isso.

Rebeca Nicholls é estagiária do digital da Itatiaia com foco nas editorias de Cidades, Brasil e Mundo. É estudante de jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH). Tem passagem pelo Laboratório de Comunicação e Audiovisual do UniBH (CACAU), pela Federação de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg) e pelo jornal Estado de Minas

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