O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou neste domingo (30) que teve uma conversa recente com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. A troca entre os dois ocorreu por meio de um telefonema, no momento em que as tensões entre Washington e Caracas estão elevadas com a presença de militares americanos no Caribe e acusações de ambos os lados.
A conversa entre Trump e Maduro foi publicada pelo jornal The New York Times na sexta-feira (28), afirmando que a conversa ocorreu no último final de semana. Fontes afirmaram ao periódico que os dois discutiram a possibilidade de um encontro nos Estados Unidos, mas ainda não h[a uma data marcada.
“Não diria que foi boa nem ruim. Foi uma ligação telefônica”, disse o presidente dos Estados Unidos sobre a conversa que teve com Maduro.
Ainda de acordo com o New York Times, a ligação ocorreu dias antes do Departamento de Estado classificar o Cartel de los Soles como uma organização terrorista, e acusar Maduro de liderar o grupo criminoso. Neste domingo (30), o governo venezuelano enviou uma carta para Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP+) afirmando que os Estados Unidos tentam se apoderar das reservas do país por meio do uso de força militar.
No documento, Maduro ainda acusa o presidente Donald Trump de executar uma “campanha de assédio” e ameaça contra a Venezuela. Os americanos mobilizam tropa no mar do caribe, incluindo com a presença do maior porta-aviões do mundo, o Gerald R. Ford, que está em Trindade e Tobago, a cerca de 10 km da costa da Venezuela.
Maduro afirma que os americanos colocam em “claro perigo a paz, segurança e estabilidade regional e internacional”. “O mundo conhece muito bem as consequências prejudiciais geradas em outros países petroleiros a partir de intervenções militares dos Estados Unidos da América e seus aliados”, escreveu.
Neste sábado (29), Trump avisou que as companhias aéreas deveriam considerar o espaço aéreo da Venezuela como fechado, em mais uma ameaça de mobilização militar na região. Desde a sexta-feira, dia 21, voos já estavam sendo cancelados em Caracas. O Ministério das Relações Exteriores de Maduro condenou o que chamou de “ameaça colonialista”.