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Por que o Brasil é sempre o primeiro país a falar na Assembleia Geral da ONU?

Representante brasileiro é o primeiro a discursar no evento desde 1955; 80ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas começa nesta terça-feira (23)

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, será o primeiro a discursar nesta terça (23), como de costume

A 80ª sessão da Assembleia Geral na Organização das Nações Unidas (ONU) começa nesta terça-feira (23), em Nova York. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai discursar na abertura da reunião, a partir das 10h. A abertura dos trabalhos pelo líder brasileiro, seguido pelo presidente norte-americano, é considerada uma tradição.

Apesar de ter aberto outras edições, foi a partir de 1955 que o Brasil se tornou, de fato, o primeiro orador das Assembleias Gerais. Como país anfitrião, os Estados Unidos ficam com a palavra na sequência. Em meio ao costume, algumas teorias surgiram com uma possível explicação.

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Uma das suposições muito difundidas é que o posto foi dado aos brasileiros como “prêmio de consolação” por ficar fora do Conselho de Segurança da ONU. Outra teoria é de que o Brasil foi escolhido por ser neutro, como uma forma de evitar aumentar a tensão entre os Estados Unidos e a União Soviética.

Apesar das hipóteses, a teoria confirmada pela ONU é outra. “Em tempos muito antigos, quando ninguém queria falar primeiro, o Brasil sempre se oferecia para falar primeiro. E assim ganhou o direito de falar primeiro na Assembleia Geral”, disse Desmond Parker, chefe de protocolo da ONU, à rádio norte-americana NPR em 2010.

A explicação é confirmada pelo site oficial da Organização das Nações Unidas (ONU). Com isso, desde 1955, o Brasil falou primeiro, e os Estados Unidos, em segundo, com algumas exceções:

  • Nas 38ª (1983) e 39ª (1984) sessões, os Estados Unidos falaram primeiro, e o Brasil falou em segundo.
  • Na 71ª sessão, em 20 de setembro de 2016, o Chade falou em segundo lugar devido ao atraso na chegada do presidente dos Estados Unidos
  • Na 73ª sessão, em 25 de setembro de 2018, o Equador falou em segundo lugar devido ao atraso na chegada do presidente dos Estados Unidos

(Sob supervisão de Edu Oliveira)

Rebeca Nicholls é estagiária do digital da Itatiaia com foco nas editorias de Cidades, Brasil e Mundo. É estudante de jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH). Tem passagem pelo Laboratório de Comunicação e Audiovisual do UniBH (CACAU), pela Federação de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg) e pelo jornal Estado de Minas