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Lua de Sangue: eclipse lunar acontece neste domingo (7); saiba como ver

Evento é o maior desde 2022, com duração de 82 minutos; 85% da população mundial estará na área de incidência do eclipse

Fenômeno conhecido como Lua de Sangue é o maior desde 2022 e terá transmissão pelo youtube

Neste domingo, 7 de setembro, acontece o maior eclipse lunar desde 2022. Entretanto, os brasileiros não irão conseguir assistir ao fenômeno diretamente, pois a Lua ainda não terá nascido no país quando o eclipse começar, às 12h28 (horário de Brasília).

Como assistir ao fenômeno?

Para acompanhar, o Observatório Nacional (ON), ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação , transmitirá o evento ao vivo em seu canal no YouTube, a partir de 12h. A apresentação será conduzida pela astrônoma Josina Nascimento, junto de outros profissionais e amadores.

Segundo o site Time and Date, cerca de 7,19 bilhões de pessoas, 85% da população mundial, estarão na área de incidência do eclipse. A duração total será de 82 minutos, e cerca de 4,9 bilhões de pessoas conseguirão ver o fenômeno inteiro, desde que o céu esteja limpo. As melhores regiões de observação serão a parte central da Europa e Ásia, a costa leste da África, a região oeste da Austrália e a Antártida.

Confira o cronograma completo do fenômeno:

  • Início da fase penumbral: 12h28
  • Início da fase parcial: 13h27
  • Início da fase total: 14h31
  • Auge da fase total: das 15h12 às 15h53
  • Fim da fase parcial: 16h57
  • Fim da penumbra: 17h55

No Brasil, o eclipse penumbral começará a ser registrado apenas quando o satélite já estiver quase saindo da sombra da Terra. Em Natal, por exemplo, será visível das 17h21 às 17h55. Mesmo assim, será imperceptível. “Quem estiver nesses lugares não verá nada. Primeiro, a Lua está nascendo e saindo da penumbra. Não se vê diferença nenhuma. Outro problema é que é muito difícil ver a Lua nascer”, explica Josina Nascimento, astrônoma do ON, à Folha de S. Paulo.

O eclipse acontece quando a Terra se posiciona entre o Sol e a Lua, bloqueando a luz solar que incide sobre o satélite. Isso gera o tom avermelhado característico, conhecido como “Lua de Sangue”.

Segundo o professor Thomas Puzia, do Instituto de Astrofísica da Pontifícia Universidade Católica do Chile, em alguns casos a Lua também pode ficar azul. “Se tivermos a perfeita geometria do eclipse, com a faixa ao redor da atmosfera dispersando e refletindo mais fótons azuis [acontecerá o fenômeno]”, explica à Folha de S. Paulo.

Ele e sua equipe já registraram uma “Lua azul” em Santiago, no dia 13 de março. “Não é tão difícil de ver. Se observarem com foco ao lado da Lua, a retina pode perceber a mudança de cores. Vi com meus olhos, mas se vê melhor com uma câmera. É um fenômeno super interessante”, disse.

O professor lembra que, ao contrário do eclipse solar, observar um eclipse lunar não apresenta riscos à visão. “À noite, estamos acostumados com a escuridão. Se observarmos com telescópios ou binóculos potentes, em um primeiro momento, a Lua cheia pode ser desagradável para a vista porque é muita luz em pouco tempo para adaptação, mas não é perigoso.”

Quando será o próximo eclipse?

O próximo eclipse lunar total será em 2 de março de 2026, mas só parte poderá ser vista no Brasil. Já em 26 de junho de 2029, o fenômeno será visível em todo o país e terá duração máxima de 1h42.

No próximo dia 21 de setembro, ocorrerá ainda um eclipse parcial do Sol, visível apenas na Antártida. “Sempre que acontece um eclipse da Lua, ou já teve ou terá um solar. Eles costumam andar de mãos dadas”, afirma Nascimento.

Entre 13 e 14 de março deste ano, os brasileiros puderam ver um eclipse total da Lua. “O deste ano foi ao contrário: nós vimos, mas o resto do mundo não”, disse a pesquisadora.

(Sob supervisão de Marina Dias )

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Izabella Gomes é estagiária na Itatiaia, atuando no setor de Jornalismo Digital, com foco na editoria de Cidades. Atualmente, é graduanda em Jornalismo pela PUC Minas