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Israel anuncia pausa em regiões de Gaza por ‘razões humanitárias’

Medida tem objetivo de aliviar a fome que afeta habitantes do território palestino e é tomada após casos de aumento de desnutrição infantil

Israel anuncia pausa em regiões de Gaza por ‘razões humanitárias’

Israel anunciou neste domingo (27) uma “pausa tática” diária nas operações militares em determinadas áreas da Faixa de Gaza, com o objetivo de permitir a entrada e distribuição de ajuda humanitária. A medida tem como foco aliviar a crise de fome que afeta os mais de dois milhões de habitantes do território palestino.

Segundo o Exército israelense, essa interrupção temporária dos combates ocorrerá das 10h às 20h (horário local) em zonas como Al Mawasi, Deir al Balah e Cidade de Gaza, onde as tropas não estão atuando.

Além da pausa nos combates, foram estabelecidas rotas seguras das 6h às 23h para que caminhões da ONU e de ONGs possam circular com segurança, levando alimentos, medicamentos e outros suprimentos essenciais à população.

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Israel culpa ONU

O Ministério das Relações Exteriores de Israel responsabilizou a ONU por bloqueios anteriores e destacou que a nova medida visa facilitar o trabalho das agências humanitárias. No sábado, o Exército israelense também realizou lançamentos aéreos de ajuda, contendo farinha, açúcar e conservas, em coordenação com organismos internacionais.

A situação humanitária em Gaza tem se deteriorado rapidamente. A ONU e diversas organizações não governamentais alertaram para o aumento da desnutrição infantil e o risco iminente de fome em larga escala.

Desde março, quando Israel impôs um bloqueio total ao território, a escassez de alimentos, medicamentos e itens básicos se agravou. No fim de maio, o bloqueio foi parcialmente suspenso, mas as restrições ainda têm dificultado a chegada de ajuda em quantidade suficiente.

Enquanto isso, os Emirados Árabes Unidos e o Reino Unido também anunciaram operações aéreas para lançar suprimentos em Gaza e retirar crianças em estado crítico de saúde, com apoio da Jordânia. França, Alemanha e Reino Unido cobraram de Israel o fim imediato das restrições ao envio de ajuda.

Guerra continua

Apesar dos esforços internacionais, os bombardeios continuaram no sábado, com relatos de 50 mortos em ataques israelenses, segundo a Defesa Civil local. No domingo, a Marinha israelense interceptou o barco “Handala”, da coalizão Flotilha da Liberdade, que tentava furar o bloqueio naval imposto a Gaza.

A embarcação, fretada por ativistas pró-palestinos e carregada com ajuda humanitária, foi levada ao porto de Asdod, e os tripulantes foram detidos. O governo israelense afirmou que todos estão em segurança.

Em meio à escalada da crise, a ONU realizará uma conferência de alto nível na segunda e terça-feira, em Nova York, para discutir alternativas diplomáticas. O presidente francês, Emmanuel Macron, destacou que o encontro busca abrir uma “nova dinâmica” em prol de uma solução baseada na coexistência de dois Estados, como forma de garantir paz e segurança duradouras.

A guerra, iniciada após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, já deixou mais de 59 mil mortos em Gaza e mais de mil vítimas em Israel, em sua maioria civis.

Com informações da AFP.

Graduado em jornalismo e pós graduado em Ciência Política. Foi produtor e chefe de redação na Alvorada FM, além de repórter, âncora e apresentador na Bandnews FM. Finalista dos prêmios de jornalismo CDL e Sebrae.