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Exército de Israel nega genocídio e diz que operação em Gaza merece um prêmio

Porta-voz do exército israelense defende que atuação do país em Gaza é feita de forma ‘cirúrgica’ para poupar civis

Rafael Rozenszajn, porta-voz do Exército de Israel

O porta-voz do Exército de Israel, Rafael Rozenszajn, afirmou que as forças de defesa do país deveriam receber uma premiação por proteger civis na Faixa de Gaza. Nesta quinta-feira (18), em entrevista à repórter e colunista da Itatiaia, Edilene Lopes, Rafael Rozenszajn defendeu que não há um genocídio em curso no conflito travado desde outubro de 2023.

“Um exército que faz tanta coisa, tantas ações para minimizar os danos a civis, como pode ser acusado de genocídio? O exército israelense deveria receber um prêmio por tudo que faz. São coisas sem precedentes no mundo para garantir a vida dos civis”, afirmou.

Na última terça-feira (16), um relatório independente encomendado pela Organização das Nações Unidas (ONU) concluiu que Israel cometeu genocídio em Gaza. O documento aponta que aos palestinos estão sendo impostas “condições de vida calculadas para provocar sua destruição física total ou parcial”.

Para o Exército de Israel, a concepção internacional de que há um genocídio em curso em Gaza é tendenciosa e utiliza dados concedidos pelo grupo terrorista do Hamas. Rozenszajn defende que a organização infla os números reportados às autoridades internacionais.

“É muito simples, quem se baseia no Hamas, no Ministério da Saúde de Gaza, que é o Hamas, em autoridades de Gaza, que é o Hamas, é lógico que vai acusar Israel de estar cometendo genocídio. Quem se baseia nos fatos, nas verdades, no que realmente acontece na Faixa de Gaza, vai entender que essa guerra é travada entre um Estado Democrático de Direito que quer se defender de um grupo terrorista que quer eliminar Israel do mapa”, afirmou.

O porta-voz complementou o argumento com um cálculo sobre o número das mortes calculados por Israel.

“Nós sabemos que 25 mil das pessoas que morreram na Faixa de Gaza são terroristas, são números oficiais das Forças de Defesa de Israel. Nós sabemos também, segundo a autoridade palestina, que pelo menos 10 mil pessoas morreram nesses últimos dois anos por mortes naturais. Se nós subtrairmos das 50 mil pessoas que, segundo o Hamas, morreram na Faixa de Gaza, os 25 mil terroristas e as 10 mil pessoas que morreram por mortes naturais, chegamos no número de 20 mil civis para 25 mil terroristas. Qualquer civil que morre é uma tragédia, mas precisamos entender o significado desses números”.

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Edilene Lopes é jornalista, repórter e colunista de política da Itatiaia e podcaster no “Abrindo o Jogo”. Mestre em ciência política pela UFMG e diplomada em jornalismo digital pelo Centro Tecnológico de Monterrey (México). Na Itatiaia desde 2006, já foi apresentadora e registra no currículo grandes coberturas nacionais, internacionais e exclusivas com autoridades, incluindo vários presidentes da República. Premiada, em 2016 foi eleita, pelo Troféu Mulher Imprensa, a melhor repórter de rádio do Brasil.