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Ex-funcionários de Hytalo Santos revelam ‘regras’ impostas por influencer e rotina de controle

Hytalo Santos e o marido, Israel Nata Vicente, estão presos; ex-funcionários denunciam que adolescentes só comiam com autorização

Influencer com 17 milhões de seguidores é investigado por suspeita de exploração de menores | CNN Brasil

Ex-funcionários de Hytalo Santos, o influencer preso por suspeita de exploração sexual de adolescentes, falaram pela primeira vez e revelaram como era o dia a dia do paraibano, que controlava até o momento em que os adolescentes poderiam comer ou não. A entrevista foi exibida neste domingo (17), pelo Fantástico.

Hytalo Santos e o marido, Israel Nata Vicente, conhecido como MC Euro, estão presos, e a Justiça da Paraíba negou o habeas corpus no último sábado (16). Eles foram presos na sexta-feira (15).

Segundo um dos funcionários, que não será identificado, Hytalo controlava a casa da forma como queria, e os adolescentes tinham que seguir as “regras” impostas pelo influenciador.

“Eu via a casa totalmente cheia de lixo. Ficava durante três dias, quatro dias, cinco dias. Eles não tinham muito ambiente limpo”, detalha um dos ex-funcionários, que acrescentou ainda que as festas realizadas pelo influencer viravam a madrugada.

Na casa de Hytalo Santos, alvo de busca e apreensão, moravam 10 pessoas: o casal e, entre os moradores, quatro menores de idade.

Outra testemunha, que também não será identificada, contou que, quando os adolescentes não gravavam os vídeos, tinham os celulares guardados dentro de caixas, no quarto de Hytalo. “Era guardado dentro do quarto dele, com chave. Ele tinha muito medo de que as pessoas filmassem o que ele era por trás das câmeras”, relatou outro.

Adolescentes só comiam quando Hytalo autorizava

Também foi revelado pela reportagem que as festas proporcionadas por Hytalo eram sempre regadas a bebidas alcoólicas, mesmo com menores no local. E que os “filhos”, como os adolescentes eram chamados pelo influencer, só poderiam comer quando ele autorizasse.

“Os adolescentes só comiam quando ele queria. E só poderiam comer quando ele acordasse. Era só quando ele realmente deixava. Era noite em claro”, detalhou outra testemunha.

Durante o depoimento, os ex-funcionários revelaram que algumas crianças não iam à escola por mais de um mês.

“Já teve filmagens que ele fez em que as crianças estavam indo pra escola e, após desligar as câmeras, elas não iam pra escola.”

O caso, que é investigado pelo Ministério Público da Paraíba e pela Polícia Civil, aponta que as escolas nas quais os adolescentes estudavam foram contatadas. Durante as investigações, uma coordenadora da escola alegou que os adolescentes se atrasavam “devido às gravações”.

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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), já trabalhou na Record TV e na Rede Minas. Atualmente é repórter multimídia e apresenta o ‘Tá Sabendo’ no Instagram da Itatiaia.