EUA fazem novo ataque a supostos narcotraficantes; três morreram

Ao menos 83 pessoas foram mortas por forças americanas desde setembro, quando os EUA iniciaram uma campanha com o envio de navios de guerra ao Mar do Caribe

Três pessoas morreram em um novo ataque dos Estados Unidos a embarcações no Oceano Pacífico

Três pessoas morreram em um novo ataque dos Estados Unidos a embarcações no Oceano Pacífico, anunciou o Comando Sul dos Estados Unidos (SOUTHCOM), neste domingo (16). De acordo com os EUA, o ataque ocorreu nesse sábado (15) e tinha como alvo uma embarcação supostamente envolvida com contrabando de narcóticos.

“Em 15 de novembro, sob as ordens do Secretário de Guerra Pete Hegseth, a Força-Tarefa Conjunta Southern Spear realizou um ataque cinético letal contra uma embarcação operada por uma Organização Terrorista Designada”, disse o Comando Sul dos Estados Unidos (SOUTHCOM) em comunicado publicado no X, antigo Twitter.

Acompanhado do texto, a organização divulgou o vídeo do ataque. Nas imagens, é possível ver o momento que o barco transitava pelo mar, quando foi atingido por um míssil. Na sequência, a embarcação pega fogo.

Sem apresentar provas, o Comando Sul dos Estados Unidos afirmou que os ocupantes do veículo eram narcoterroristas. “A embarcação traficava narcóticos no Pacífico Oriental e foi atingida em águas internacionais”, afirmaram em nota.

Veja vídeo:

Ataques no Pacífico e Caribe

Ao menos 83 pessoas foram mortas por forças americanas desde setembro, quando os EUA iniciaram uma campanha com o envio de navios de guerra ao Mar do Caribe. Com mais de 20 operações em mar aberto no Caribe e no Pacífico, o país não apresentou evidências que apoiassem suas afirmações de que as pessoas atingidas pelos ataques eram de fato narcotraficantes.

Especialistas afirmam que essas mortes equivalem a execuções extrajudiciais, mesmo em se tratando de traficantes reconhecidos. Já o governo da Venezuela vê o destacamento militar naval americano como uma ameaça direta.

O presidente do país sul-americano, Nicolás Maduro, classificou no sábado (15) o anúncio de Washington sobre novos exercícios militares conjuntos com Trinidad e Tobago como “irresponsáveis”.

Os Estados Unidos não reconhecem Maduro como presidente legítimo da Venezuela e oferecem uma recompensa de 50 milhões de dólares (cerca de R$ 265 milhões) por sua captura para que enfrente acusações como chefe de um cartel do narcotráfico.

Na sexta-feira (14), Trump disse que, “de certa forma”, já decidiu os próximos passos em relação à Venezuela. “Não posso lhes dizer o que é, mas avançamos muito com a Venezuela no que diz respeito a interromper o fluxo de drogas”, declarou.

Anteriormente, Trump havia dito em uma entrevista à emissora CBS News que não acreditava que os Estados Unidos fossem entrar em guerra com a Venezuela, mas que achava que os dias de Maduro estavam contados.

O Comando Sul informou neste domingo que o grupo de ataque do porta-aviões USS Gerald R. Ford no Mar do Caribe segue as “ordens de Trump de desmantelar as organizações criminosas transnacionais e combater o narcoterrorismo em defesa da pátria”.

*Com AFP

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Rebeca Nicholls é estagiária do digital da Itatiaia com foco nas editorias de Cidades, Brasil e Mundo. É estudante de jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH). Tem passagem pelo Laboratório de Comunicação e Audiovisual do UniBH (CACAU), pela Federação de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg) e pelo jornal Estado de Minas

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