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China rebate Trump, diz não ter medo de ‘brigar’ e ameaça retaliar tarifas

Governo de Xi Jinping reagiu ao anúncio de novas tarifas de 100% sobre os produtos chineses exportados aos Estados Unidos

Tensão comercial entre Estados Unidos e China voltou a crescer nessa sexta-feira (10)

O Ministério do Comércio da China afirmou neste domingo (12) que não pretende “brigar” com os Estados Unidos em uma guerra comercial, mas não terá medo de retaliar qualquer imposição de tarifas altas por parte dos americanos. A mensagem é uma resposta ao presidente Donald Trump, que na sexta-feira (10) afirmou que vai aumentar a taxação aos produtos chineses em 100%.

“Ameaçar impor tarifas altas a qualquer momento não é a forma correta de lidar com a China. Nossa posição sobre guerras tarifárias é consistente: não queremos brigar, mas não temos medo de brigar. Se os EUA persistirem em agir unilateralmente, a China tomará medidas correspondentes para defender seus direitos e interesses legítimos”, disse o ministério.

O momento de tensão comercial ocorre após Trump alegar que os Chineses estariam controlando a exportação de terras raras, um grupo de 17 minerais críticos para a indústria, e criando um monopólio. Segundo o republicano, a posição é “extremamente hostil” e agressiva para o comércio mundial.

Segundo o governo do presidente Xi Jinping, o controle sobre os elementos é uma reação a medidas dos americanos. O Ministério do Comércio chines afirma que o país controla uma lista de 900 itens, enquanto os Estados Unidos possuem restrições de exportação sobre mais de 3 mil produtos.

“Há muito tempo, os EUA ampliam de forma abusiva o conceito de segurança nacional e usam indevidamente o controle de exportações, adotando medidas discriminatórias contra a China e impondo jurisdição unilateral extraterritorial sobre diversos produtos, como equipamentos e chips de semicondutores”, declarou a pasta.

A China também afirmou que o controle não significa uma proibição e que os países e órgãos internacionais foram notificados por meio de mecanismos bilaterais. Pequim ainda pediu para que os EUA “corrijam suas ações equivocadas” a fim de preservarem os frutos das negociações entre Trump e Xi Jiping.

Os dois líderes deveriam se encontrar no final do mês durante a cúpula de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), na Coreia do Sul. Nessa sexta-feira, Trump ameaçou cancelar a reunião.

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Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.