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A brasileira está detida desde 12 de novembro, quando foi interceptada enquanto dirigia para buscar o filho na escola. De acordo com autoridades americanas, a jovem excedeu o período de permanência legal em 1999. Eles também mencionaram uma suposta prisão por agressão, que é negada pelo advogado de Bruna.
À CNN Brasil, o advogado da brasileira, Todd Pomerleau, declarou, nesta terça-feira (9), que Bruna deixou o Centro de Detenção do ICE no Sul da Louisiana, na cidade de Basile. A brasileira também não consta nos registros do sistema de localização de detentos do Serviço de Imigração e Controle de Aduanas dos EUA (ICE)
“Ontem, uma juíza de imigração ordenou a libertação de Bruna mediante o pagamento de uma fiança de US$ 1.500, o valor mínimo de fiança previsto pelas leis de imigração. Argumentamos veementemente que ela não representava perigo nem risco de fuga”, declarou Pomerleau à CNN.
“Discutimos as inúmeras formas de auxílio disponíveis para que ela obtivesse residência permanente legal e que a narrativa do DHS (Departamento de Segurança Interna) de que ela era uma ‘imigrante ilegal criminosa’ era falsa, tanto em termos de fato quanto de direito, visto que ela nunca havia sido presa por nenhum crime. Sua única prisão foi a farsa inconstitucional do ICE em 12 de novembro”, acrescentou.
“Ontem à noite, ela foi finalmente libertada dessa perseguição cruel e premeditada do ICE”, concluiu Pomerleau. De acordo com o advogado, ela ainda não reencontrou a família, que vive ao norte de Boston, em Massachusetts.
Ele também ressaltou que o advogado representante do governo Trump não fez objeção à soltura de Bruna.
À CNN Brasil, o porta-voz Departamento de Segurança Interna (DHS) voltou a se referir a Bruna como uma “imigrante ilegal brasileira com antecedentes criminais, que já havia sido presa anteriormente por agressão”.
De acordo com o porta-voz, a brasileira excedeu o prazo de permanência no país em junho de 1999, após entrar nos EUA com um visto de turista. “Uma juíza nomeada por [ex-presidente Joe] Biden permitiu que ela fosse elegível para fiança”, declarou.
O Departamento não respondeu por que o advogado representante do governo não fez objeção à soltura. O porta-voz também disse que o processo de deportação de Bruna continuará apesar da libertação.
“Ela terá que comparecer periodicamente perante as autoridades do ICE para garantir que esteja cumprindo os termos de sua libertação. O Departamento de Segurança Interna continuará trabalhando para remover todos os imigrantes ilegais do país o mais rápido possível. Como o Departamento sempre afirmou, todos os imigrantes ilegais podem evitar problemas legais optando pela autodeportação de forma digna, com um auxílio de US$ 1.000, uma passagem aérea gratuita para casa e a chance de reentrar legalmente nos Estados Unidos no futuro”, concluiu.
Em resposta a declaração do porta-voz, o advogado de Bruno disse que o Departamento de Segurança Interna (DHS) “continua a regurgitar a narrativa caluniosa e difamatória vinda de Washington, de que Bruna é uma ‘imigrante ilegal criminosa’ que foi presa por agressão e lesão corporal, alegando que um juiz de imigração nomeado por Biden é o motivo da libertação de Bruna, omitindo que seu próprio advogado concordou com nosso argumento”.
Detida desde o mês passado, a brasileira já já foi noiva de Michael Leavitt, irmão da secretária de Imprensa da Casa Branca. Ela e Leavitt compartilham a guarda de um filho de 11 anos.
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