Cardeal italiano condenado por desvios renuncia ao conclave para escolha do papa

O cardeal italiano Giovanni Angelo Becciu, 76 anos, renunciou ao conclave e não participará da escolha do novo papa, que começa em 7 de maio.

Em comunicado divulgado nesta terça-feira (29), Becciu, que já foi um dos religiosos mais influentes do Vaticano, afirmou que decidiu “obedecer à vontade do Papa Francisco de não entrar em Conclave”, mas reforçou que está “convencido de minha inocência”, informou a Agência France-Presse.

Demitido por Francisco em 2020 do cargo de prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, Becciu perdeu os direitos de cardeal por suspeita de envolvimento de desvio de recursos do Vaticano. Em especial, teria usado dinheiro da coleta anual de doações, chamada de Óbolo de São Pedro, para a compra de um prédio de luxo em Londres.

Em 2023, o cardeal foi condenado a cinco anos e meio de prisão pelo Tribunal Penal do Vaticano - e se tornou o mais graduado representante da Igreja Católica a ser julgado e condenado por crimes financeiros.

Becciu sempre negou as acusações dizendo que as operações seguiam as leis da Santa Sé.

O cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, entregou a Becciu dois documentos assinados pelo Papa Francisco confirmando que ele não poderia participar do conclave. A primeira carta foi assinada em 2023, e a outra em março deste ano, afirmou o jornal Domani.

Antes, o italiano havia sido o número dois da secretaria de Estado entre 2011 e 2018, e chegou a ser considerado como um dos principais candidatos à sucessão papal.

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