O governo de Israel excluiu um post nas redes sociais com uma mensagem de pêsames pela morte do papa Francisco, pouco depois de tê-lo postado. O país majoritariamente judeu não explicou o motivo da exclusão, mas a mídia local levantou a hipótese de ser uma represália às falas recentes do pontífice sobre a guerra em Gaza.
A conta verificada de Israel publicou, na segunda-feira (21) uma mensagem no X que dizia: “Descanse em paz, papa Francisco. Que sua memória seja uma bênção”. Junto à publicação, havia uma imagem do papa visitando o Muro Ocidental em Jerusalém.
O jornal Jerusalem Post citou oficiais do ministério das Relações Exteriores dizendo que o papa teria feito “declarações contra Israel” e que a publicação de condolências nas redes teria sido “um erro”. Até a publicação desta reportagem, o Ministério das Relações Exteriores de Israel não havia comentado a situação.
O papa Francisco, morto aos 88 anos vítima de um AVC, teria sugerido em novembro do ano passado que a comunidade global avaliasse se a campanha militar de Israel em Gaza poderia ser classificada como um genocídio do povo palestino. A mensagem foi uma das críticas mais explícitas do papa em relação à guerra de Israel contra o Hamas.
Em janeiro deste ano, o papa voltou a falar sobre a situação humanitária em Gaza e a classificou como “vergonhosa”. A situação provocou críticas do rabino-chefe de Roma, que acusou o pontífice de “indignação seletiva”.
Na esteira do conflito entre o papa e Israel, o primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, não comentou a morte de Francisco. Contudo, o presidente de Israel, Isaac Herzog, enviou uma mensagem de condolências aos cristãos na Terra Santa na segunda-feira e descreveu Francisco como “um homem de fé profunda e compaixão sem limites”.
