O bilionário Mark Zuckerberg, dono da Meta,
O julgamento é um revés para Zuckerberg, que chegou a intensificar sua relação com o novo governo de Donald Trump com esperança de resolver o caso fora dos tribunais e evitar oito semanas de audiências na corte federal.
O caso é julgado cinco anos após a queixa ter sido apresentada pela autoridade americana de defesa da concorrência, a FTC, ainda durante o primeiro governo de Trump. Caso a Meta perca a ação, a empresa pode ser forçada a vender o Instagram e o WhatsApp.
A FTC considera que a Meta, então Facebook, teria abusado de sua posição dominante no mercado para comprar o Instagram, em 2012, por um bilhão de dólares, e o WhatsApp, em 2014, por 19 bilhões de dólares.
Estas aquisições permitiram “eliminar ameaças imediatas”, acusou o representante da FTC na segunda-feira. O advogado da Meta alegou que foram “casos de sucesso” para os consumidores.
Qual mercado?
É fundamental definir o que se entende por mercado de referência.
Para a FTC, “durante mais de uma década, a Meta manteve nos Estados Unidos um monopólio nos serviços de redes sociais”, que permite que as pessoas entrem em contato com suas famílias e amigos.
Segundo a reguladora, outras grandes plataformas como YouTube e TikTok não estão na mesma categoria.
A Meta, com sede em Menlo Park, Califórnia, nega. Facilitar as amizades e as relações familiares "é definitivamente parte do que fazemos, mas essa atividade não avançou de forma real em comparação com outros aspectos”, ressaltou Zuckerberg ao tribunal na segunda-feira.
Durante o julgamento, a defesa da empresa insistirá também na concorrência entre suas plataformas e as de seus rivais, que inovam e regularmente acrescentam novas funções para “ganhar minutos de atenção dos usuários”.
Atualmente, o Instagram tem 2 bilhões de usuários em todo o mundo.
Os advogados do Meta atribuem esse sucesso aos investimentos significativos do grupo.
A FTC, por sua vez, tentará provar que o monopólio da Meta no mercado de “redes sociais pessoais” resultou em uma degradação do uso para os usuários, que são forçados a tolerar muitos anúncios e mudanças bruscas.
Essa é uma das cinco principais ações antimonopolistas empreendidas nos últimos anos pelo governo americano no setor de tecnologia. (Com AFP)