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Papa defende ‘perdão’ para traições e admite divórcio em casos ‘inevitáveis’

Afirmações estão em coluna de líder católico em revista publicada pelo Vaticano

Francisco está internado em Roma

O papa Francisco defendeu a possibilidade de “perdão” em casos de infidelidade conjugal, mas admitiu que a separação pode ser “inevitável” em alguns casos.

As declarações constam em uma coluna assinada pelo papa na revista mensal “Piazza San Pietro”, publicada pela Basílica de São Pedro, no Vaticano. O contexto da fala é uma resposta de Jorge Bergoglio à carta de uma mulher traída pelo marido. Na coluna, Francisco aborda temas de fé, espiritualidade e da vida cotidiana a partir de correspondências de fiéis. As informações foram divulgadas pela agência Ansa.

“Não é fácil perdoar, sobretudo quando se é traído no amor, nas palavras, na confiança”, respondeu o Papa em resposta à mulher identificada apenas como Catia, que questiona se ela deveria desculpar o marido infiel. O texto foi escrito antes da internação de Francisco no Hospital Policlínico Agostino Gemelli, em Roma.

“O amor no casamento sempre pode ser melhorado, mas se existe amor, ele é capaz de consertar. O perdão é um ato livre, pessoal, que tira força do espírito, da graça e do amor de Deus”, acrescenta o pontífice.

Francisco sugere compartilhar os problemas para encontrar a reconciliação. “Catia, você pode pedir para seu marido fazer um percurso de acompanhamento, como, por exemplo, encontros com um casal cristão empenhado em ajudar casais machucados, compartilhando experiências de vida, dificuldades, o perdão e a reconciliação”, explica.

O Papa, no entanto, reconhece que em casos de “violência” ou “grande injustiça”, entre outros, a separação pode ser inevitável. “Em alguns casos, em consideração à própria dignidade e ao bem dos filhos, é preciso estabelecer um limite firme às alegações excessivas do outro, a uma grande injustiça, à violência ou a uma falta de respeito crônica”.

"É necessário reconhecer que há casos em que a separação é inevitável”, explica Francisco.

Desde que assumiu o Vaticano, Jorge Bergoglio defende o acolhimento de divorciados na Igreja Católica, inclusive com a possibilidade de comunhão para aqueles que se casam de novo, postura criticada pelo clero ultraconservador.

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