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Presidente da Colômbia diz que cocaína só é ilegal porque é ‘feita na América Latina’

Gustavo Petro alegou que outras drogas, como fentanil, bastante consumida nos Estados Unidos, não enfrentam as mesmas restrições

Gustavo Petro, presidente da Colômbia.

Em uma reunião com ministros, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, afirmou que a cocaína só é ilegal porque é feita na América Latina. Segundo ele, a substância não é “pior do que o uísque”.

O presidente continua dizendo que outras drogas, como fentanil, bastante consumida nos Estados Unidos, “está matando” e não enfrentam as mesmas restrições.

O fentanil é um medicamento da classe dos opioides, que são altamente viciantes e, por isso, só podem ser usados de forma restrita e sob supervisão médica. A potência é cerca de 100 vezes maior que a da morfina e efeitos 50 vezes mais fortes que os da heroína.

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Embora o uso seja recomendado apenas em procedimentos cirúrgicos e no tratamento de dores intensas, o fármaco tem sido usado de forma recreativa e já se tornou um problema de saúde pública nos EUA, sendo a principal causa de morte de pessoas com menos de 50 anos, de acordo com o Drug Enforcement Administration (DEA).

No último sábado (1⁠º), o presidente Donald Trump determinou tarifas de 25% sobre a importações canadenses e mexicanas e 10% sobre produtos chineses, afirmando que Pequim precisava “estancar” o fluxo de fentanil.

Em resposta, o Ministério da Comércio da China afirmou em um comunicado que Trump “viola gravemente” as regras do comércio internacional e afirmaram que a droga é “um problema da América”.

O presidente colombiano, em discurso, também sugeriu que se a cocaína fosse legalizada, “venderia como vinho”. Ele disse que o dinheiro poderia ser usado em campanhas educativas para que crianças não começassem a beber álcool ou fumar.

A reunião, chamada de Conselhos de Ministros, foi transmitido, sem cortes, pela TV estatal do governo colombiano.

Trump x Petro

Ao assumir a presidência dos Estados Unidos no dia 20 de janeiro, Donald Trump também prometeu endurecer as regras contra a imigração.

Apenas 4 dias depois, no dia 24, o republicano enviou para a Colômbia dois aviões militares com colombianos que viviam ilegalmente nos EUA e haviam sido deportados. Em resposta, o presidente colombiano disse que não iria permitir que as aeronaves pousassem no país.

A reação de Petro irritou o republicano, que anunciou uma série de sanções ao país latino, que retaliou dizendo que aplicaria as mesmas tarifas aos EUA. Em um longo texto, publicado nas redes sociais, o presidente da Colômbia disse que não aperta a mão de “traficantes de escravos brancos”.


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Graduada em Jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais, com passagem pela Rádio UFMG Educativa. Na Itatiaia, já foi produtora de programas da grade e repórter da Central de Trânsito Itatiaia Emive.