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Adolescente de 16 anos sofre colapsos nos pulmões por uso excessivo de ‘vape’

Mãe e médicos não desconfiavam que jovem usava cigarro eletrônico até o segundo pulmão colapsar; caso aconteceu em Manchester, na Inglaterra

Um adolescente britânico, de 16 anos, sofreu colapsos nos dois pulmões por fazer uso excessivo de cigarro eletrônico, popularmente conhecido como vape. O caso aconteceu em Manchester, na Inglaterra.

Nathan Chesworth estava estudando para prestar vestibular quando começou a apresentar tosse intensa. Após várias consultas médicas, ele recebeu antibióticos para tratar uma infecção no peito. No entanto, poucos dias após iniciar o tratamento, começou a tossir sangue.

Em entrevista ao jornal The Sun, a mãe, Rebecca Chesworth, contou que Nathan ficou letárgico, ou seja, não saía da cama e começou a perder peso porque não conseguia comer ou beber nada.

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Na noite anterior ao seu retorno à escola, em janeiro, um dos pulmões de Nathan entrou em colapso enquanto ele subia as escadas. Ele parou de respirar.

Rebecca, que trabalha como escriturária de enfermaria, levou o filho direto para a emergência de um hospital em Manchester, onde a família mora. “Trabalho em um hospital, então já vi pessoas muito mal”, contou.

Depois de fazer um raio-X, os médicos descobriram que ele tinha pneumotórax - uma condição em que o ar fica preso no espaço entre os pulmões e a parede torácica, o que pode causar o colapso do pulmão. Até então os médicos e mãe não sabiam que o menino usava vape.

O jovem ficou na ala infantil por quatro dias após ter um tubo inserido em seu pulmão para drenar qualquer fluido.

Pouco tempo depois, o adolescente voltou ao hospital porque seu outro pulmão entrou em colapso e de lá ele foi encaminhado para o Hospital Wythenshawe, onde admitiu à mãe que estava usando cigarro eletrônico.

“Imediatamente o méidco disse: ‘Isso é o que acontece quando as pessoas usam cigarros eletrônicos. Já vi muitos casos assim”, conta a mãe do garoto. "[Nathan] me contou e me mostrou tudo o que tinha, eu não conseguia acreditar. Fiquei em choque total”, acrescentou.

O adolescente admitiu que comprava cigarros eletrônicos sabor ‘tutti-frutti’ por 3 euros - o que equivale a R$ 18,49 - depois da escola, geralmente usando seu uniforme escolar.

O perigo do vape

‘Ao contrário do que muita gente pensa, o cigarro eletrônico também causa dependência e, com maior potencial do que o cigarro comum, por liberar altas dosagens de nicotina. Os eletrônicos triplicam o risco de um jovem iniciar o uso de cigarros comuns’, alerta Luiz Fernando Ferreira Pereira, coordenador do serviço de pneumologia do Hospital das Clínicas e pneumologista do Oncoclinicas-BH.

Cigarro eletrônico é proibido no Brasil

Apesar de serem facilmente encontrados em comércios populares e lojas online, os Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs), categoria que engloba os cigarros eletrônicos, os vapes, os pods e outros aparelhos semelhantes são proibidos no Brasil desde 2009. Em abril deste ano, após uma longa reavaliação sobre o tema, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu manter o veto aos dispositivos.

O projeto de lei que regulamenta o uso dos cigarros eletrônicos está previsto para ser votado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado nesta terça-feira (3).


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Giullia Gurgel é estudante de jornalismo e estagiária da Itatiaia.
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