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Advogados afirmam que tripulação do Titan sabia que ia morrer antes da implosão

Família de uma das vítimas pede indenização de 280 milhões à empresa OceanGate

A família do francês Paul-Henri Nargeolet, um dos maiores especialistas no naufrágio do Titanic e uma das vítimas da implosão do submersível da OceanGate, entrou na Justiça para pedir uma indenização de 280 milhões de reais à empresa.

Segundo a agência Associated Press, a ação foi protocolada na terça-feira (6), no Condado de King, estado de Washington, nos Estados Unidos. Um dos advogados do caso, Tony Buzbee, afirma que um dos objetivos do processo é “obter respostas para a família sobre como exatamente isso aconteceu, quem estava envolvido e como os responsáveis permitiram que isso ocorresse”.

Os advogados alegam, ainda, que a tripulação enfrentou “terror e angústia mental” antes da implosão e que os ocupantes sabiam do risco de morte iminente. A família também acusa a empresa de negligência grave, o que teria resultado no acidente fatal.

Além de Nargeolet, estavam a bordo do submersível o empresário britânico Hamish Harding, o empresário paquistanês Shahzada Dawood e seu filho Suleman Dawood, além do CEO e fundador da OceanGate, Stockton Rush. Todos morreram no acidente.

A OceanGate cobrou US$ 250 mil (cerca de R$ 1,37 milhão) de cada passageiro para a expedição até os destroços.

Relembre o caso

Em 18 de junho do ano passado, o submarino Titan, da OceanGate, desapareceu cerca de 1 hora e 45 minutos após submergir no Oceano Atlântico, a aproximadamente 600 quilômetros da costa do Canadá. O submersível estava a caminho dos destroços do Titanic, localizados a 3.800 metros de profundidade, quando perdeu contato com a superfície.

Quatro dias após o desaparecimento do Titan, em 22 de junho de 2023, uma operação internacional envolvendo Estados Unidos, Canadá e França detectou destroços no fundo do mar, perto do local onde o Titanic naufragou. Poucas horas depois, as autoridades confirmaram que os restos pertenciam ao submarino da OceanGate.

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As investigações indicam que a pressão externa do oceano superou a resistência interna da embarcação, que era feita de fibra de carbono e titânio. Essa diferença de pressão provocou uma perda de pressão na cabine, que causou uma “implosão catastrófica”.

Antes da tragédia, o CEO da OceanGate, Stockton Rush, havia ignorado vários alertas sobre a segurança do submersível. Trocas de e-mail entre o CEO e um especialista em exploração em alto mar mostram que ele estava ciente dos riscos envolvidos na expedição.


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Rúbia Coelho escreve em colaboração com a Itatiaia
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