O fim de semana é de protestos de venezuelanos contra o resultado da eleição presidencial no país. Eles contestam a vitória de Nicolás Maduro, que se declarou vencedor do pleito. Já a oposição reivindica a vitória de Edmundo González Urrutia.
Os protestos acontecem na Venezuela, mas também nos países que receberam muitos venezuelanos que fugiram do país nos últimos anos. Um exemplo aconteceu na Colômbia, onde centenas foram as ruas contra Maduro.
Com cantos e orações, centenas de venezuelanos protestaram neste sábado (3) em Bogotá contra a reeleição de Nicolás Maduro nas eleições presidenciais em seu país, de onde quase três milhões de migrantes fugiram para a Colômbia.
“Quero voltar para meu país, quero voltar para casa. Sinto frustração, mas, longe disso, também tenho fé", disse Maudie Lopez, 43 anos, à AFP, quase chorando.
A Colômbia é o principal destino do êxodo de migrantes venezuelanos, que fogem da crise econômica e política e culpam os governos de Maduro (desde 2013) e de seu antecessor, Hugo Chávez (2002-2013).
Oposição forte
“Nunca estivemos tão fortes!": a líder opositora María Corina Machado saiu da clandestinidade para liderar uma manifestação multitudinária neste sábado (3) contra a proclamação de Nicolás Maduro como presidente reeleito da Venezuela, no mesmo dia em que o chavismo também convocou seus seguidores a marchar.
Machado reivindica a vitória de Edmundo González Urrutia, que concorreu em seu lugar nas eleições de 28 de julho devido a uma desqualificação contra ela, e cuja vitória é reconhecida pelos Estados Unidos e por vários países latino-americanos, em meio à pressão por uma votação mais transparente.
“Estamos defendendo a soberania popular através do voto”, disse Machado em um caminhão, vestida com uma camiseta branca em um comício em Caracas. “Nunca o regime (de Maduro) esteve tão fraco. Eles perderam toda a legitimidade.”
“Nós não vamos sair das ruas”, acrescentou Machado.
O resultado
O Conselho Nacional Eleitoral ratificou a vitória de Maduro com 52% dos votos, à frente dos 43% atribuídos a González Urrutia, a quem o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, expressou apoio. De acordo com a oposição, González Urrutia recebeu 67% dos votos.