O ex-presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, voltou a atacar, nesta sexta-feira (31), o juiz responsável pelo tribunal que resolveu condená-lo por 34 acusações nessa quinta-feira (30). Segundo Trump, o magistrado Juan Merchan, responsável pelo caso, precisa ser substituído por estar imerso em “conflito de interesses”. O político afirmou que seu julgamento foi “manipulado”.
Trump é acusado de
“Foi um julgamento manipulado. Precisamos ter um julgamento justo. Precisamos de uma mudança de juiz. Um juiz que não tenha conflito de interesses”, afirmou, durante pronunciamento.
O bilionário deve ser o candidato do Partido Republicano na eleição deste ano. Ao comentar o julgamento, ele afirmou que “adoraria” testemunhar.
Apesar da condenação, a sentença só deve sair em 11 de julho. A pena pode ir de multa a até quatro anos de prisão.
Ao criticar o julgamento, além de repetir a palavra “manipulação”, Trump recorreu ao termo “golpe”.
“Ele (Merchan) parece um anjo, mas é um demônio”, atacou.
Críticas a Biden
Ainda durante o discurso, Trump teceu críticas ao atual presidente dos EUA, Joe Biden. O político do Partido Democrata deverá enfrentá-lo no pleito presidencial. Segundo o Republicano, o governo Biden está “destruindo” o país.
“Eles querem aumentar os impostos em quatro vezes. Querem que vocês não tenham carros. Com essas leis tão ridículas, fica impossível ter um carro. Eles querem que os chineses façam nossos carros. É um problema muito sério”, falou.
Ataques podem impactar sentença
Mais cedo, à CNN Brasil, Luís Renato Vedovato, doutor em Direito Internacional pela Universidade de São Paulo (USP), indicou que os ataques de Trump ao judiciário estadunidense
“Existem questões que podem, sim, pesar contra o ex-presidente - especialmente, sua conduta durante o julgamento e pós-julgamento. Essa ideia de atacar a Justiça e quem vai julgá-lo, independentemente do conteúdo dos fatos que pesam contra ele. Ele simplesmente resolve atacar a Justiça. Isso pode, sim, pesar”, indicou.
Apesar disso, Vedovato afirmou não crer na imposição da pena máxima ao ex-presidente, que tem 77 anos.
“Não acredito que seja a pena máxima, de quatro anos. Imagino que fique da metade para menos, tendo em vista que é a primeira condenação e outros elementos que devem ser levados em consideração, como a idade do condenado”, analisou.