As recorrentes críticas do ex-presidente Donald Trump à Justiça dos Estados Unidos da América (EUA) podem ter impacto na sentença do político do Partido Republicano. Considerado culpado de 34 acusações nessa quinta-feira (30), durante julgamento em um tribunal de Nova York, Trump conhecerá sua pena em 11 de julho.
Apesar disso, Luís Renato Vedovato, doutor em Direito Internacional pela Universidade de São Paulo (USP), não acredita na imposição da pena máxima, de quatro anos de reclusão, ao ex-presidente.
“Não acredito que seja a pena máxima, de quatro anos. Imagino que fique da metade para menos, tendo em vista que é a primeira condenação e outros elementos que devem ser levados em consideração, como a idade do condenado”, disse, em entrevista à CNN Brasil.
Apesar da possibilidade de prisão, prevista em lei, Trump pode ser condenado a pagar uma multa. Ele é acusado de
Ataques à Justiça podem pesar
“Existem questões que podem, sim, pesar contra o ex-presidente - especialmente, sua conduta durante o julgamento e pós-julgamento. Essa ideia de atacar a Justiça e quem vai julgá-lo, independentemente do conteúdo dos fatos que pesam contra ele. Ele simplesmente resolve atacar a Justiça. Isso pode, sim, pesar”, apontou Vedovato.
Por unanimidade, o júri de 12 pessoas formado para analisar o caso, entendeu que Trump é culpado pela falsificação de 34 registros empresariais
“O sistema norte-americano é diferente do nosso sistema. Então, um caso como esse, no Brasil, não seria julgado pelo júri. Nos Estados Unidos, existe competência para o júri julgar essa situação. Um júri formado por pessoas do povo, e não só por um juiz. O juiz, nesse caso, vai ser responsável por definir a pena”, explicou Vedovato, ao analisar o sistema de julgamento estadunidense.
O ex-presidente tem 77 anos. Ele será o candidato do Partido Republicano na eleição deste ano. Do outro lado, no campo do Partido Democrata, estará Joe Biden, concorrente à reeleição.