Um ativista de 56 anos, Park Jung-oh atua na ilha de Saekomodo, na
A interrupção na ação de Jung-oh aconteceu porque, em 2020,
Jung-oh nasceu na Coreia do Norte e deixou o país ditatorial há mais de 26 anos. O pai dele era um espião do Norte, mas que optou para fugir para o Sul com toda a família. O ativista relata que quando vivia na Coreia do Norte era comum ver corpos de pessoas que morreram de fome na rua.
O pontapé inicial para ele começar o projeto de enviar as garrafas foi quando ouviu de um missionário que viajava com frequência para China que soldados norte-coreanos desciam para província de Hwanghae na temporada de colheita e levavam os grãos. Enquanto viveu na Coreia do Norte, ele nunca tinha ficado sabendo que as pessoas morriam de fome na área produtora de arroz.
ONG Keun Saem
A missão de Jung-oh cresceu e, em 2015, ele e a esposa fundaram a organização Keun Saem em que uniam forças para enviar suprimentos em garrafas de plástico para província de Hwanghae. Na época, eles receberam apoio de navegadores locais e do Instituto Coreano de Ciência e Tecnologia Oceânica para traçar uma estratégia para enviar as garrafas efetivamente.
Conforme os especialistas, nos dias em que a água está mais agitada, as garrafas podem chegar na Coreia do Norte em cerca de quatro horas.
Além do arroz, as garrafas também recebem um pendrive com músicas de
Relatos de famílias que receberam as garrafas
Apesar de não haver mais a proibição do envio dos itens, a partir de 2020 a população local e as autoridades ficaram mais resistentes em relação ao ativismo de Park Jung-oh. Igrejas e organizações que costumavam contribuir com a causa revogaram as doações, o que dificultou o trabalho do ativista. Contudo, mesmo com as adversidades, ele permanece atuando na causa.
Jung-oh já recebeu relatos que os itens realmente chegam a Hwanghae. “Uma vez ouvi que uma norte-coreana suspeitou do arroz na garrafa, preparou-o no vapor e o deu a um cachorro. Como o cachorro ficou bem, ela provou o arroz e achou a qualidade muito boa. Ela então o vendeu a um preço alto e comprou uma grande quantidade de produtos baratos, como milho”, relata Park.
Outra evidência de que o envio de arroz tem realmente surtido efeito foi quando uma família de nove pessoas desertou do Norte em 2023 e afirmou ter recebido as garrafas de outro desertor. Uma mulher, também desertora, já agradeceu Jung-oh por ter enviado os itens e salvo a vida dela.