“Eu era muito boa lutando, nunca perdi para um homem”. Foi assim que Nishimura Mako definiu as suas habilidades na luta para uma pesquisadora da Universidade de Oxford. Hoje com 57 anos, a mulher fez história e foi a única a participar da máfia japonesa Yakuza, que proibia integrantes do sexo feminino.
Apesar da aparência frágil, sendo uma mulher pequena, com rosto delicado, Nishimura era uma jovem rebelde, e isso levou ela a se juntar a gangues e, posteriormente, à máfia japonesa, aos 20 anos. Ela era encantada pelo mundo do rime e acabou se envolvendo em diversas atividades ilícitas. A informação é da estatal britânica BBC.
Se antes já era possível ver que ela foi uma jovem diferente, hoje dá para perceber ainda mais. Isso porque o corpo da mulher é coberto por tatuagens e, além disso, ela não tem um dos dedos da mão.
Vida conservadora e rebeldia a levaram à Yakuza
Nishimura era filha de funcionários públicos e teve uma vida conservadora. No ensino médio, ela aprendeu a lutar para fugir dos castigos dados pelo pai. E assim foi o primeiro contato dela com o crime, que, mais tarde, evoluiria para ser a única mulher a exercer papéis de destaque na Yakuza e até mesmo participar da cerimônia de filiação formal ao grupo.
A rebeldia de Mako fez com que ela encontrasse um participante da Yakuza, que a ensinou a recolher dinheiro, envolver-se em chantagens e resolver disputas. Tempos depois, ela foi chamada por uma amiga para ajudá-la em uma briga, e acabou deixando o local cheio de sangue. Isso chamou a atenção do chefe da máfia na cidade onde ela morava, que a convidou para fazer parte do grupo.
Ela foi “estagiária” da Yakuza e foi “subindo de cargo”, até poder passar pela cerimônia sakazuki, que marca a entrada na máfia. Ela administrava negócios de prostituição e drogas, cobrava dívidas e mediava disputas entre grupos rivais.
Um dia, Nishimura precisou cortar o próprio dedo mindinho para se desculpar por um erro coletivo. Ali, ela percebeu o talento que tinha para amputações e foi apelidada de “mestre em cortar dedos”.
Filhos e saída da máfia
Aos 30 anos, Nishimura tentou administrar o próprio negócio de metanfetamina, e acabou expulsa do grupo. Ela acabou se relacionando com um membro de uma gangue rival e cortou completamente os laços com a Yakuza para cuidar do filho.
Ela acabou se casando com o pai da criança. Nishimura engravidou novamente e, após diversas brigas violentas com o homem, acabou se separando. Hoje, ele tem a custódia das duas crianças.
Atualmente, Nishimura mora sozinha em uma casa modesta e trabalha no ramo de demolições. Ela gerencia uma filial da instituição de caridade Gojinkai e ajuda a fornecer moradia para ex-presidiários, viciados e ex-membros de máfias e gangues que buscam voltar à sociedade.