Aviva Siege foi um dos 240 sequestrados pelo grupo terrorista Hamas no ataque de 7 de outubro, em Israel.
“(Foram) 51 dias no inferno, ninguém esquece uma coisa assim foi torturada. Passei fome, tive sede, não tinha oxigênio”, disse a israilense em entrevista ao Fantástico, da TV Globo.
Ela foi sequestrada junto com o marido, Keith, de 64 anos. O casal, que tem quatro filhos, moram há cerca de 3 km da fronteira com a Faixa de Gaza. A sua comunidade foi atacada pelo Hamas: 63 moradores morreram e outros 16 foram raptados.
Aviva compartilhou as torturas, abusos e horrores que vivenciou nas mãos do grupo terrorista, na Faixa de Gaza.
“Quando pegaram o Keith (seu marido), quebraram as costelas dele com um empurrão. Atiraram em volta da gente e uma das balas acertou a mão dele”, disse à Globo.
“Não nos deram comida suficiente, então perdi 10 kg. Davam um pouco de pão, às vezes, tão seco que você mal conseguia mastigar. Às vezes, era só um pouco de arroz, mas nunca era o suficiente. E às vezes não davam nem água o suficiente”, relatou.
“Eles (os terroristas) costumavam comer na nossa frente, muita comida. Mastigavam, vinham de outro recinto mastigando, enquanto nos deixavam 24 horas sem comer”, relembrou a ex-refém.
Abusos sexuais
Em uma das ocasiões, Aviva relatou que uma colega de cativeiro sofreu abuso sexual de um dos terroristas do Hamas.
“Uma das moças foi ao banheiro e quando voltou eu pude ver no rosto dela que alguma coisa tinha acontecido. Levantei e dei um abraço nela. O terrorista começou a gritar, porque abraços eram proibidos (no cativeiro)”, lembrou.
Após algumas horas em silêncio, a vítima disse: “ele tocou em mim”.
“Isso foi o suficiente pra eu sentir muita pena. A gente ficou chorando por uns dois dias, foi um momento muito difícil”, disse.
A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou o relatório confirmando violência sexual nos ataques terroristas sofridos por Israel em outubro de 2023. A investigação identificou o padrão de corpos de mulheres nus, com as mãos amarradas e apresentando ferimentos de tiro na cabeça.
Aviva foi libertada em uma trégua entre Israel e Hamas, em novembro de 2023, na troca por priosneiros palestinos.
Mas seu marido continua sob posse do grupo terrorista, em Gaza. Ela teme pela vida de Keith e pressiona o governo de Benjamin Netanyahu para negociar a libertação dos reféns.
“Ele tem problemas de saúde, tem pressão alta e não está tomando o remédio certo. Tenho certeza disso, porque eu não tomei (os medicamentos). E ele foi tratado como lixo, como um nada”, disse.
Para muitos israelenses, que acampam na frente da casa do primeiro-ministro de Israel, exigindo a libertação dos amigos/familiares, Netanyahu tem interesses políticos com a continuidade da guerra na Faixa de Gaza.
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