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Trump recorre à multa de R$1,7 bilhão; juros chegam a R$557 mil por dia

Ex-presidente pode, ainda, ter alguns bens confiscados, segundo a Procuradora-Geral de Nova York, Letitia James

Donald Trump recorreu à decisão da Justiça

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recorreu à decisão da Justiça de Nova York que previu multa de 355 milhões de dólares (R$1,7 bilhão, na cotação atual) na acusação de fraude fiscal. No entanto, esse valor pode chegar a 454 milhões de dólares (R$2,2 bilhões, na cotação atual).

Isso porque, enquanto não paga a multa, os juros correm e chegam a 112 mil dólares (R$557 mil, na cotação atual) por dia. O ex-presidente pode, ainda, ter alguns bens confiscados, segundo a Procuradora-Geral de Nova York, Letitia James. A informação é da BBC.

Além da multa, Trump está proibido de administrar seus negócios por três anos. Como esperado, ele recorreu da decisão, e mais um caso envolvendo o nome dele se arrastará para o período eleitoral nos Estados Unidos. O processo do recurso pode durar um ano ou mais.

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Entenda

A Procuradora-Geral do estado de Nova York, Letitia James, uma democrata eleita que apresentou uma ação civil em 2022 alegando fraude financeira contra os membros da família Trump, solicitava US$ 370 milhões (R$ 1,840 bilhão) por danos.

Essa multa se soma aos mais de US$ 80 milhões (R$ 398 milhões) que outro tribunal recentemente condenou Trump a pagar por difamação a uma escritora que o acusou de tê-la agredido sexualmente na década de 90.

‘Repetidas fraudes’

Trump e seus filhos foram acusados de inflar o valor de arranha-céus, hotéis de luxo e campos de golfe em todo o mundo durante a década de 2010, dentro da Organização Trump, para obter empréstimos mais favoráveis dos bancos e melhores condições de seguro.

Alguns ativos, como a Trump Tower, localizada na famosa 5ª Avenida de Manhattan, são emblemáticos do sucesso do empresário que entrou na política graças à imagem de construtor imobiliário e apresentador de ‘reality show’ de sucesso.

Mesmo antes do julgamento, o juiz Engoron, com quem Donald Trump tem uma relação ruim, havia determinado que uma fraude foi cometida.

O juiz considerou que a procuradora-geral James apresentou “provas conclusivas de que, entre 2014 e 2021, os acusados haviam inflado os ativos” do grupo em “de US$ 812 milhões [R$ 4,040 bilhões] a US$ 2,2 bilhões [R$ 10,9 bilhões] ", dependendo do ano.

Como consequência das “repetidas fraudes”, o juiz ordenou no final de setembro a liquidação das empresas que administravam esses ativos, como a Trump Tower e o arranha-céu neogótico no número 40 da Wall Street, que está prestes a completar 100 anos e onde Donald Trump deu algumas de suas coletivas de imprensa após o julgamento. O magnata apelou da decisão.

O republicano de 77 anos, derrotado nas eleições presidenciais de 2020 por Joe Biden, considera que os diferentes processos que enfrenta em vários estados são “uma caça às bruxas” destinada a evitar seu retorno à Casa Branca.

E ele descreveu o julgamento como “digno de uma república bananeira”.

Seus advogados criticam que se trata de um caso juridicamente vazio.

Ao contrário dos julgamentos criminais deste ano - como o agendado para quinta-feira, 25 de março, por pagamentos para comprar o silêncio de uma estrela pornô -, que levarão pela primeira vez um ex-presidente ao banco dos réus, Donald Trump não enfrenta pena de prisão neste caso civil.

*Com informações de AFP

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Jornalista formada pela PUC Minas. Mineira, apaixonada por esportes, música e entretenimento. Antes da Itatiaia, passou pelo portal R7, da Record.