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Veterinária usa maconha medicinal para tratar elefante doente no México

A dose de canabidiol apresentou resultados promissores no primeiro teste com a susbstância na espécie selvagem

A maconha medicinal foi utilizada para tratar Nidia, uma elefanta que sofre problemas crônicos nos pés, no México

A maconha medicinal foi utilizada para tratar Nidia, uma elefanta que sofre problemas crônicos nos pés, em um parque de vida selvagem no México, informou o jornal New York Times.

Problemas nos pés são comuns em elefantes em cativeiro, muitas vezes devido a condições de habitação em um confinamento, como a falta de exercício adequado.

Nidia sofria com fissuras nas almofadas dos pés, unhas dos dedos rachadas e encravadas, além de abscessos dolorosos - concentração de pus em tecidos do corpo, frequentemente causadas por uma infecção bacteriana.

A dor afetava as atividades dárias do animal, que apresentava dificuldade de locomoção e redução na ingestão de alimentos.

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Resultados promissores

A Dra. Quetzalli Hernández, médica veterinária responsável pelo cuidado da elefanta, estava desesperada com o sofrimento dela e decidiu tentar o uso de canabidiol (CBD), um composto terapêutico não intoxicant encontrado na maconha (cannabis).

A dose de CBD foi eficaz e Nidia apresentou melhorias significativas no seu quadro de saúde, com a recuperação do apetite, ganho de peso, mudança de comportamento e cicatrização de abscessos (provavelmente pelos efeitos antiinflamatórios do canabidiol).

A quantidade utilizada na elefanta é de 0,02 miligramas - que representa um décimo a um quadragésimo do aplicado em tratamentos de cães e gatos com canabidiol. Ou seja, quase mínima para um animal de porte grande.

Até onde a veterinária Dra. Mish Castillo tem conhecimento, ninguém havia testado cannabis medicinal em um elefante anteriormente e pode ser a primeira vez que a espécie recebe esse tipo de tratamento de forma documentada.

Desafios legais

O teste com a maconha medicinal enfrenta desafios legais pelos veterinários devido à regulamentação da cannabis, tanto nos Estados Unidos quanto em outros países. Embora possa haver casos isolados de uso em animais, a prática ainda é incomum.

A falta de legislação clara e estudos revisados por profissionais são apontados como obstáculos para a adoção mais ampla da cannabis na medicina veterinária.

Além disso, o uso demanda mais pesquisas para entender o uso da cannabis em diferentes espécies e determinar dosagens adequadas

O canabidiol (CBD) já foi utilizado em tratamentos veterinários das seguintes espécies:

  • Cães e gatos: o CBD tem sido mais comumente utilizado em cães e gatos para tratar condições como dor crônica, ansiedade, convulsões e outras questões de saúde.
  • Papagaios, tartarugas e hienas: veterinários do México relatam benefícios do CBD em tratamentos dessas espécies.
  • Aves, répteis e mamíferos de zoológicos: a Colômbia têm utilizado cannabis para tratar uma variedade de espécies em confinamento, incluindo aves, répteis e mamíferos, para questões como dor, inflamação, osteoartrite e alergias.

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Formado em Jornalismo pela UFMG, com passagens pelo jornal Estado de Minas/Portal Uai. Hoje, é repórter multimídia da Itatiaia.