O Japão pode se tornar nesta sexta-feira (19) o 5º país do mundo a pousar na Lua, com a missão Smart Lander for Investigating Moon (SLIM), da Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial (Jaxa).
As expectativas são altas: a missão japonesa busca fazer o pouso não tripulado mais preciso da história. A previsão é que o SLIM aterrisse na Lua às 12h20 (horário de Brasília).
Antes disso, a empresa privada japonesa Ispace falhou na tentativa de fazer o módulo Hakuto-R pousar na Lua em abril de 2023, mas a Jaxa lançou a nova missão em setembro, que deve pousar hoje (19).
Precedentes históricos
O Japão não é o primeiro país a fazer uma missão lunar não tripulada, muito menos a chegar na Lua.
Ao todo, outros quatro países já cruzaram a fronteira lunar ao longo da história: Rússia, Estados Unidos, China e Índia.
Além disso, a Agência Espacial Europeia, Israel e os Emirados Árabes Unidos também já enviaram missões à Lua, mas nenhuma delas conseguiu pousar com sucesso.
Veja as operações lunares bem-suscedidas ao longo da história:
Os pioneiros
No contexto da Guerra Fria contra os EUA, a União Soviética (atual Rússia) foi o primeiro país a pousar na Lua, em 3 de fevereiro de 1966, com a missão Luna 9.
Essa foi a primeira sonda lunar a realizar um pouso na Lua com sucesso e transmitir imagens da superfície lunar à Terra. A União Soviética também foi a primeira a registrar a face oculta da Lua, em 7 de outubro de 1959, com a sonda Lua 3.
Ao todo, a Rússia já fez 2 pousos na Lua, sendo uma delas com astronautas.
“Um pequeno passo para o homem”
Os EUA foram os primeiros a levar o homem à Lua, na missão Apollo 11 - no contexto da “corrida espacial” com a URSS.
“Um pequeno passo para o homem, mas um grande passo para a humanidade”, disse o astronauta Neil Armstrong antes de pisar na Lua, em 20 de julho de 1969. Em seguida, Edwin “Buzz” Aldrin acompanhou o colega e foi o segundo norte-americano a pousar no satélite.
A operação histórica da Nasa foi transmitida ao vivo pela televisão em várias partes do mundo, especialmente do Ocidente. Os Estados Unidos é a nação que mais vezes chegou à Lua com 12 pousos, sendo seis deles com astronautas.
Em janeiro de 2024, os EUA falharam na missão de fazer o primeiro pouso de uma empresa privada na Lua. Após enfrentar graves problemas, o módulo não tripulado da empresa Astrobotic não conseguiu aterrissar devido a um vazamento de combustível.
A missão norte-americana seria a primeira a pousar na Lua desde o fim do programa Apollo, há mais de 50 anos. O módulo lunar Peregrine não é capaz de retornar à Terra e vai ficar orbitando à Lula até cair em sua superfície, após a degeneração.
A Nasa conta com o foguete Starship, desenvolvido pela empresa SpaceX, do bilionário Elon Musk, para as missões Artemis - que pretendem levar os astronautas norte-americanos à Lua em 2025, pela primeira vez desde 1972.
“Dark side of the moon”
A China foi o terceiro país a chegar à Lua, em 14 de dezembro de 2013, com a missão Chang’e 3. A missão não tripulada tinha o objetivo de realizar um pouso suave na Lua e implantar um veículo robótico para explorar a superfície lunar, assim como desenvolver tecnologia para futuras missões espaciais chinesas.
Em 3 de janeiro de 2019, o país asiático se tornou o primeiro a explorar o lado oculto da Lua, que fica fora do campo de visão da Terra, na missão Chang’e 4.
O presidente chinês, Xi Jinping, disse que a exploração era um “marco histórico” para a para a humanidade, sendo o “testemunho da determinação e do espírito de inovação” da China.
A busca por água
Em 23 de agosto de 2023, a Índia pousou com sucesso em uma área inexplorada da Lua através da nave não tripulada Chandrayaan-3.
A missão aconteceu em uma região próxima ao polo sul do satélite, que é alvo de muito interesse científico por conter água congelada. Poucos dias antes, a sonda russa Luna-25, que foi a primeira missão lunar de Moscou desde 1976, caiu na mesma região.
A missão indiana foi realizada com sucesso após dois atrasos, devido a problemas com o módulo de aterrissagem e com o foguete lançador, que foram corrigidos.
O primeiro-ministro Narendra Modi acompanhou o pouso da Chandrayaan-3 ao vivo durante a cúpula da 15ª Cúpula do Brics, em Joanesburgo, na África do Sul.
Modi comemorou o resultado da operação e disse que a Chandrayaan-3 era um símbolo do progresso da Índia na exploração espacial.
*Com informações da AFP
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