Enquanto Minas Gerais registra frio intenso, geadas e baixas temperaturas, devido à presença de uma massa de ar polar sobre o estado, o mundo bate recorde de calor. Os dados são dos Centros Nacionais de Previsão Ambiental dos Estados Unidos e indicam que na segunda-feira (3) a temperatura global atingiu 17,01°C (62,62 Fahrenheit), superando o recorde de agosto de 2016.
“Este não é um marco que deveríamos estar comemorando”, disse o cientista climático Friederike Otto, do Instituto Grantham para Mudanças Climáticas e Meio Ambiente do Imperial College London, na Grã-Bretanha. “É uma sentença de morte para pessoas e ecossistemas.”
O sul dos EUA tem sofrido com uma onda de calor nas últimas semanas., assim como a China, que registrou temperaturas acima de 35°C (95F). O norte da África também esquentou acima da média e registrou temperaturas próximas aos 50°C (122F). As informações são da NBC News.
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Os recordes de altas temperaturas foram registrados nos dias 3 e 4 de julho em Quebec, no Noroeste do Canadá e no Peru. Várias cidades dos Estados Unidos estão atingindo temperaturas elevadas chegando perto das máximas históricas , conforme informações do Serviço Nacional de Meteorologia ao jornal NBC News. Pequim relatou 9 dias consecutivos de calor intenso, na semana passada, quando a temperatura ultrapassou 35°C (95 F).
Até a Antártica, que está atualmente no inverno, registrou temperaturas altas. A Base de Pesquisa Vernadsky da Ucrânia, nas ilhas argentinas do continente, quebrou recorde de temperatura em julho com 8,7°C (47,6°F).
Os cientistas disseram que a culpa é das mudanças climáticas, combinadas com um padrão emergente de El Niño.
El Niño
Anormalmente quentes para esta época do ano, as águas do Pacífico trazem um alerta às praias: o El Niño já começou e deve ser o mais intenso em décadas, uma sentença de fome e morte para as iguanas marinhas negras do arquipélago equatoriano de Galápagos.
Na areia branca da Ilha de Santa Cruz, transbordam exemplares de “Amblyrhynchus cristatus”, que podem viver até 60 anos. É uma espécie única, de aparência pré-histórica e uma das mais ameaçadas pelo aumento da temperatura da superfície do oceano associado ao fenômeno climático El Niño, que também enfraquece os ventos e gera fortes chuvas.
É um evento “que assolou permanentemente Galápagos”, afirma o diretor do Parque Nacional de Galápagos, Danny Rueda, em entrevista à AFP.
No entanto, sua intensidade e frequência variam. Em 1982, o El Niño emitiu um primeiro alerta de fúria e, em 1997, branqueou colônias inteiras de corais e causou estragos na vida animal das ilhas que inspiraram a teoria da evolução de Darwin.
“Este seria, possivelmente, de acordo com as previsões, o terceiro fenômeno El Niño com esta magnitude igual aos anteriores”, diz Rueda, com preocupação.
A Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês) anunciou o início do El Niño em 8 de junho, alertando que “poderia gerar novos recordes de temperatura” em certas regiões.
No passado, El Niño reduziu a população de pinguins e cormorões voadores em 30%. Também afetou leões marinhos de Galápagos e iguanas marinhas, as quatro espécies mais vulneráveis do arquipélago.
Normalmente, nesta época do ano deve haver uma “entrada de água fria, mas ainda temos água muito quente”, observa Rueda.
Com informações da AFP