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‘Honduras está em guerra’, diz representante do país na ONU; entenda o que isso significa

Segundo maior país da América Central tem quase 70% da população abaixo da linha da pobreza e é castigado por furacões e tempestades

Honduras tem mais da metade da população abaixo da linha da pobreza

Os níveis de violência e de confrontos convertem Honduras em um país em “guerra”, advertiu, nesta segunda-feira (26), o secretário da Presidência do governo hondurenho, Rodolfo Pastor, na ONU.

“Não é uma guerra convencional, não é abertamente uma guerra civil como tal”, apontou, mas desde “as mulheres aos jovens estão submetidos a algum tipo de violência, diante da qual temos que atuar com absoluta urgência”, disse ante a Comissão para a Construção da Paz da ONU em Nova York.

Pastor apresentou um panorama sombrio do país que se deteriorou, segundo ele, desde o golpe institucional de 2009 contra o então presidente Manuel Zelaya, esposo da atual presidente, Xiomara Castro.

Com quase 70% da população abaixo da linha da pobreza - desses, 50% em extrema pobreza -, Honduras é um dos países mais desiguais pois “não tem acesso diário a serviços públicos fundamentais, nem acesso ou garantia aos seu direitos humanos essenciais”, afirmou.

Em um país castigado por potentes furacões e tempestades, aproximadamente 12.0000 centros escolares estão danificados ou destruídos e um hospital público não é construído há 30 anos, disse Pastor.

Após atacar a dívida pública - mais de 20 bilhões de dólares (aproximadamente R$ 96 bilhões, na cotação atual) ou 50% do PIB -, ele destacou que o país está “preso na armadilha da dívida” e considerou necessário revisar o sistema tributário.

A isso, acrescentou, se soma a corrupção, a impunidade e o crime organizado, “que é um poder de fato” que coloca o país em uma crise que expulsa “1.000" jovens todos os dias. “O futuro foge”, alertou.

“Para isso, é fundamental sua colaboração com Honduras”, implorou aos diplomatas presentes na reunião de países como Alemanha, China, Reino Unido, Dinamarca, Costa Rica, Equador e República Dominicana.

O governo da esquerdista Xiomara Castro assinou, em dezembro do ano passado, um acordo com a ONU para estabelecer uma Comissão Internacional Contra a Corrupção e a Impunidade em Honduras (CICIH), a fim de lutar contra esses flagelos que ainda devem ser superados.

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