O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi condenado por abuso sexual nesta terça-feira (9). O empresário norte-americano foi inocentado da acusação de estupro, mas considerado culpado de abuso sexual e difamação. O político terá que pagar uma indenização de US$ 5 milhões (cerca de R$25 milhões) para a escritora e jornalista E. Jean Carroll.
Nove jurados consideraram que Trump abusou sexualmente de Carroll na década de 1990 e determinaram o pagamento como forma de compensação e ressarcimento à vítima, segundo informações da CNN. Como o caso é civil, não criminal, o empresário não vai ser preso apesar de ter sido considerado culpado.
O ex-presidente usou a conta no Truth Social, a própria rede social, para criticar a decisão do júri. “Eu não tenho ideia de quem esta mulher é. Este veredito é uma desgraça - a continuação da maior caça às bruxas de todos os tempos”, escreveu Trump. O empresário criou a plataforma após ser banido de redes como o Twitter.
Relembre o caso
A escritora E. Jean Carroll, de 79 anos, processou Donald Trump em 2022, por estupro e difamação. A jornalista relatou ter conhecido o empresário em uma loja de departamento, em Nova Iorque, quando concordou em ajudá-lo a escolher um presente para outra mulher.
Em testemunho, a escritora relatou os dois olharam uma lingerie e Trump a persuadiu para entrar em um provador. Lá, o ex-presidente bateu a cabeça dela contra a parede e a estuprou. Carroll disse não se lembrar da data exata do suposto estupro.
A ex-colunista da revista Elle disse que não foi à polícia nem ao hospital depois do estupro. O caso havia sido relatado a dois amigos próximos dela, por medo de retaliação do empresário. Em 2019 público, o crime foi exposto em um livro de denúncias contra abusos sexuais.
Trump não compareceu ao tribunal durante as audiências do julgamento. Em vídeos do interrogatório, ao qual foi submetido pela acusação em outubro do ano passado, divulgados na última sexta-feira, ele chamou Carroll de doente, disse que a história era “ridícula e asquerosa” e que a escritora “não fazia [seu] tipo”.