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ONU aprova resolução contra guerra na Ucrânia com sugestão brasileira para mediação da paz

Trecho de documento prevê a necessidade de alcançar uma “paz abrangente, justa e duradoura” e cessar as hostilidades

Assembleia Geral da ONU aprovou nova resolução que condena invasão da Ucrânia pela Rússia

A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) condenou, pela quarta vez, a invasão da Ucrânia pela Rússia, que completa um ano nesta sexta-feira (24). A novidade do texto foi a aprovação de um artigo sugerido pelo governo brasileiro que enfatiza a necessidade de “alcançar uma paz abrangente, justa e duradoura na Ucrânia, o mais rápido possível”.

A resolução foi aprovada com 141 votos a favor, sete contrários e 32 abstenções. Os países que votaram contra o texto são Rússia, Belarus, Coreia do Norte, Eritreia, Nicarágua, Mali e Síria.

O documento não tem validade, já que somente as decisões do Conselho de Segurança da ONU - do qual a Rússia é integrante - devem ser cumpridas pelos países signatários.

Antes da votação da resolução, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, destacou o papel do país para a busca de um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia.

“O Brasil teve uma participação importante, uma sugestão de acréscimo de um parágrafo significativo na resolução que conclama a cessação das hostilidades”, afirmou.

Rússia analisa proposta de paz

O governo russo de Vladimir Putin vai analisar a proposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para mediar um acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia. A guerra iniciada após invasão das tropas russas em território ucraniano completa um ano nesta sexta-feira (24).

A informação é do vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Mikhail Galuzin, em entrevista à agência de notícias estatal TASS nesta quinta-feira (23).

Lula tem discutido com outros chefes de governo a construção de uma alternativa para mediar um fim para o conflito na Europa. O presidente disse ter conversado com o chanceler alemão, Olaf Scholz, o presidente francês Emmanuel Macron e o norte-americano Joe Biden sobre a criação de um “clube da paz” para colocar na mesa de negociações o presidente russo Vladimir Putin e o ucraniano Volodymyr Zelensky.

“Tivemos ciência das declarações do presidente do Brasil sobre uma possível mediação para encontrar caminhos políticos para evitar uma escalada na Ucrânia, corrigindo erros de cálculo no campo da segurança internacional com base no multilateralismo e considerando os interesses de todos os atores”, afirmou.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.