UFJF e Diretório Acadêmico repudiam pichações de símbolos nazistas em Juiz de Fora

Vandalismo foi feito na sede do Diretório Acadêmico no Instituto de Artes e Design. Providências cabíveis serão tomadas, garantem instituição e diretório.

Pichação foi feita em sala do Diretório Acadêmico do IAD

Símbolos nazistas foram pichados na parede do Diretório Acadêmico de Artes e Design, no Campus Juiz de Fora da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). O acesso à sala está fechado para o público.

A situação foi divulgada na tarde de sábado (13) em nota de “mais veemente e absoluto” repúdio publicada nas redes sociais da instituição. O texto destaca que este comportamento vai contra os direitos humanos, os valores acadêmicos e destaca que a apologia ao nazismo é crime e as autoridades foram notificadas. “As medidas cabíveis estão sendo tomadas para a identificação e responsabilização dos autores, com o rigor da lei e das normas internas”.

Também em posicionamento nas redes sociais, o Diretório Acadêmico de Artes e Design (IADDA) manifestou repúdio ao ataque à sede “Trata-se de um ato extremamente grave, violento e inaceitável, que não se configura como crítica política, mas como uma agressão direta aos valores democráticos, à comunidade acadêmica e à dignidade humana”.

O posicionamento destacou que o conflito de ideias faz parte da vida democrática, “o debate, a crítica e a discordância são elementos constitutivos da política e da universidade. Não existe democracia sem divergência”.

O Diretório ressaltou que o desrespeito à vida, à dignidade humana demonstram práticas que colocam em risco a convivência democrática

Quando esses limites são rompidos, não estamos mais diante de divergência política, mas de práticas autoritárias que negam a própria possibilidade de convivência democrática. Não há diálogo possível com o ódio, a violência simbólica e a exaltação de ideologias genocidas. Qualquer movimento político está sujeito a erros e acertos, que podem e devem ser apontados, criticados e debatidos. Contudo, isso deve ocorrer dentro dos marcos democráticos”.

À Itatiaia, a UFJF explicou que o Diretório Acadêmico do Instituto de Artes e Design acionou a equipe de Segurança da Universidade, que está verificando registros de imagens da área. E também está encaminhando denúncia ao Ministério Público Federal.

A legislação brasileira prevê pena de detenção de três meses a cinco anos em casos relacionados a neonazismo.

Íntegra da nota da UFJF

A Universidade Federal de Juiz de Fora manifesta seu mais veemente e absoluto repúdio à aparição de símbolos nazistas pichados nas paredes da sede do Diretório Acadêmico de Artes e Design (IADDA), no campus de Juiz de Fora.

O nazismo é uma ideologia criminosa, baseada no ódio, na intolerância e na violação dos direitos humanos, sendo responsável por graves atrocidades, como o Holocausto. Sua apologia é incompatível com os valores acadêmicos e constitui crime.

A Universidade reafirma seu compromisso com a democracia, os direitos humanos e o combate a todas as formas de discriminação, bem como com a manutenção de um ambiente acadêmico seguro, inclusivo e respeitoso. As medidas cabíveis estão sendo tomadas para a identificação e responsabilização dos autores, com o rigor da lei e das normas internas.

Íntegra da nota do Diretório Acadêmico de Artes e Design

O Diretório Acadêmico de Artes e Design (IADDA) vem a público manifestar seu mais veemente repúdio ao ataque ocorrido em sua sede, marcado pela pichação de símbolos nazistas.

Trata-se de um ato extremamente grave, violento e inaceitável, que não se configura como crítica política, mas como uma agressão direta aos valores democráticos, à comunidade acadêmica e à dignidade humana.

O Diretório Acadêmico é uma entidade legítima, histórica e fundamental para a organização dos estudantes, para a defesa de direitos e para a construção coletiva do Instituto de Artes e Design. Em um instituto plural, diverso e atravessado por diferentes visões de mundo, o conflito de ideias faz parte da vida democrática. O debate, a crítica e a discordância são elementos constitutivos da política e da universidade. Não existe democracia sem divergência.

O que a democracia não suporta é a violação de sua regra fundamental de convivência: o respeito à vida, à dignidade humana e aos limites éticos e políticos do debate. Quando esses limites são rompidos, não estamos mais diante de divergência política, mas de práticas autoritárias que negam a própria possibilidade de convivência democrática. Não há diálogo possível com o ódio, a violência simbólica e a exaltação de ideologias genocidas. Qualquer movimento político está sujeito a erros e acertos, que podem e devem ser apontados, criticados e debatidos. Contudo, isso deve ocorrer dentro dos marcos democráticos.

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Natural de Juiz de Fora, jornalista com graduação e mestrado pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Experiência anterior em Rádio, TV e Internet. Gosta de esporte, filmes e livros. Editora Web na Itatiaia Juiz de Fora desde 2023. Tricampeã na categoria Web/Mídias Digitais no Prêmio Oddone Turolla de Jornalismo, do Sindicomércio JF.

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