Uma multa de mais de R$ 500 mil foi aplicada a um empreendimento em Ervália, na Zona da Mata, após denúncias de abate clandestino de animais, maus-tratos e descarte irregular de resíduos em um córrego da região.
A ação foi realizada pela Polícia Militar de Meio Ambiente e por fiscais do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), sendo divulgada nesta segunda-feira (7). A operação foi solicitada pela Ouvidoria-Geral do Estado de Minas Gerais, que acionou a PM de Meio Ambiente.
De acordo com a ocorrência, a equipe viu um homem dentro do local, que fugiu ao perceber a presença da fiscalização. Na casa, foram encontradas carcaças e carnes penduradas. Diante do flagrante e dos indícios de crime ambiental, os militares entraram pela lateral, que normalmente é usada para a condução de animais.
O portão dos fundos estava aberto, o que indicava que dois suspeitos haviam fugido. Um deles foi identificado posteriormente como sócio do empreendimento.
Ao final da fiscalização, um dos sócios compareceu voluntariamente ao local e apresentou um equipamento defeituoso. Ele alegou que a marreta foi usada por causa de uma falha técnica no equipamento. O homem informou ainda que o estabelecimento não possui licença ambiental válida, apenas uma certidão de dispensa de licenciamento, que não cobre o porte nem a natureza da atividade exercida.
Irregularidades identificadas
Dentro do imóvel, foram encontradas quatro cabeças de gado com sinais de afundamento craniano, sem marcas compatíveis com o uso de pistola atordoante pneumática. Também havia baldes com grande volume de sangue, vísceras espalhadas no chão, carnes penduradas e expostas à temperatura ambiente, além de uma marreta de grande porte localizada em uma área compatível com a zona de abate. A cena reforçou a suspeita de uso de métodos proibidos.
Foi identificado um equipamento destinado ao abate de suínos, mas não havia nenhum para bovinos. Uma câmara fria também armazenava grande quantidade de carne. Um gato foi visto circulando entre as vísceras. Uma caminhonete, com o motor ainda quente e estacionada no local, apresentava sangue na carroceria e uma sacola com carne.
Segundo a operação, o sistema de descarte de resíduos também apresentava irregularidades. Foram encontradas cinco caixas de dejetos. A última delas, lançava por lançar água em um córrego próximo, continha resíduos sólidos, o que indica poluição ambiental e risco de contaminação do solo e da água.
Leia também
Fábrica é multada em R$ 127 mil por crime ambiental em Ubá (MG) Cinco suspeitos são presos por crime ambiental em Piraúba, na Zona da Mata
* Escrita por Mayara Fernandes sob supervisão de Roberta Oliveira
